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G-20 vai discutir criação de fundos para emergentes

OESP, Vida, p. A35
15 de Mar de 2008

G-20 vai discutir criação de fundos para emergentes
Poluidores liberariam verbas para adoção de tecnologias limpas

Leandro Modé

A criação de fundos patrocinados por países desenvolvidos para financiar as nações emergentes no combate ao aquecimento global deve dominar as discussões na reunião do G-20 que ocorre neste fim de semana em Chiba, região metropolitana de Tóquio. O grupo é composto pelos 20 maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, entre eles o Brasil.

Existem três propostas na mesa de negociação: dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Japão. Em setembro do ano passado, o presidente americano, George W. Bush, disse que seu país pode liberar até US$ 2 bilhões nos próximos três anos para estimular a adoção de tecnologias voltadas à produção de energia limpa.

Em janeiro, o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, anunciou um plano que prevê o desembolso de US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. A Grã-Bretanha prometeu destinar US$ 1,6 bilhão.

"Obviamente, a iniciativa dos países desenvolvidos de ter fundos dirigidos ao combate das mudanças climáticas é interessante, mas é preciso definir a forma como vão operar", disse ao Estado o embaixador extraordinário para Mudança do Clima, Sérgio Serra. Ele lidera a delegação brasileira, que conta com a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Telma Krug.

Até o momento, a idéia mais difundida é a que prevê que o Banco Mundial seja responsável pela gestão. Mas não há consenso. "O próprio banco tem dúvidas sobre como essa administração seria feita", disse Serra.

Outra possibilidade é de que a gestão fique a cargo do Fundo Global para o Meio Ambiente, organização que apóia países em desenvolvimento em questões de meio ambiente.

PRESSÃO

Na média, os países signatários do Protocolo de Kyoto devem diminuir em cerca de 6% a emissão desses gases até 2012. Como pouco foi feito até agora - praticamente todos os países elevaram suas emissões de 2001 a 2007 -, governantes estão sendo pressionados a agir.

Atual presidente do G-8, o Japão tenta assumir uma posição de liderança. "Queremos mostrar que é possível crescer gastando menos energia", disse Naoto Hisajima, diretor da divisão de Mudanças Climáticas do Japão.

O repórter viajou a convite do governo do Japão

OESP, 15/03/2008, Vida, p. A35

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