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Funasa vai incentivar mães índias a levar filhos desnutridos ao médico

O Globo-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Paulo Yafusso e Rodrigo Vargas
03 de Mar de 2005

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Mato Grosso vai incentivar mães xavantes a levar filhos desnutridos para tratamento nos pólos de saúde indígena do estado, além de tentar mudar os hábitos culturais dos índios. As crianças sempre são as últimas a se alimentar, ficando com as sobras dos adultos. Desde janeiro, seis crianças morreram com sintomas de desnutrição em aldeias da etnia na região de Campinápolis, a 570 quilômetros de Cuiabá.

De acordo com o coordenador regional da Funasa, Jossy Soares, apenas a ação assistencial, como a entrega de cestas básicas nas aldeias, não garante que as crianças deixem de morrer por desnutrição.

- Há uma questão cultural. O primeiro a se alimentar é sempre o pai, depois a mãe e, por último, os filhos, que ficam com as sobras - explicou.

Para assegurar a recuperação, diz Soares, é preciso que as crianças sejam submetidas a tratamento clínico do quadro de desnutrição.

- Nada garante que os alimentos da cesta básica chegarão às crianças. Vamos insistir para que as mães levem os filhos desnutridos ao médico.

O coordenador disse que, dos 40 xavantes internados, apenas cinco apresentam desnutrição.

Entrega de cestas em Dourados adiada para hoje

Em Mato Grosso do Sul, foi adiada para hoje a distribuição das 1.300 cestas básicas de alimentos para os índios da Reserva Indígena de Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, onde seis crianças já morreram desnutridas este ano. As cestas serão entregues inicialmente para as famílias de 120 crianças com desnutrição grave, moderada ou em risco. Só depois é que serão atendidas as outras 457 famílias da reserva. A Funasa deverá acompanhar se os pais estão dando a alimentação corretamente. A Funasa entregará também a multimistura usada pela Pastoral da Criança.

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