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Funasa vai construir posto de saúde indígena em RO

Notícias Terra
29 de Jan de 2007

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vai iniciar a construção de um posto de saúde
indígena na aldeia de Lage Velho, em Guajará-Mirim (RO). Segundo o presidente da Funasa,
Paulo Lustosa, o posto deve ser inaugurado em no máximo 60 dias, e a expectativa é que
ajude a combater a crise na saúde indígena na região.

Três crianças indígenas morreram e 12 foram internadas em menos de três semanas em Lage
Velho. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) relaciona esses problemas ao atraso nos
repasses de verba, falta de medicamentos, de transporte e de instalação de um posto de
saúde.

O Cimi diz que a situação na região "nunca foi tão grave", levando, nos últimos meses a
epidemias de gripe, diarréias e malária. "Falta medicação dentro da aldeia. Quando aparece
um caso para ser encaminhado, eles procuram telefonar para o pólo-base, a Casa de Saúde
Indígena (Casai) para que um transporte venha buscar o paciente. Às vezes o orelhão da
aldeia não funciona e, quando funciona, às vezes não tem transporte no pólo base, e foi isso
que ocorreu na última morte" relata Gil de Catheau, médico ligado à entidade.

Lustosa diz que o posto de saúde em Lage Velho terá suas obras iniciadas na próxima semana,
em caráter emergencial. Problemas como a malária, segundo o presidente da Funasa, estão
relacionados às atividades que vêm sendo desenvolvidas na região. "Em relação ao surto de
malária, a aldeia Lage Velho é próxima ao rio Ribeirão, criadouro de anofelinos transmissores
de malária. A extração da castanha e da pesca, prática comum entre os indígenas daquela
aldeia, acabam contribuindo para o alto índice de casos."

O presidente da Funasa afirma que a fundação faz um acompanhamento regular das ações
pelo país e não percebe os problemas apontados por ONGs como o Cimi. "Fazemos um
acompanhamento quinzenal, por telefone, com os Distritos de Saúde Indígena, se falta carro,
se falta medicação, se a vacinação está em dia, se tem problema de desnutrição, se os
medicamentos chegaram e são suficientes, se estão devidamente acomodados, se são
distribuídos adequadamente", relata ele.

"Nós procuramos fazer isso sistematicamente", completa. "Então, as informações que nós
temos diferem um pouco e divergem daquilo que foi colocado em relação as ponderações
feitas pelo Cimi."

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