Funasa
15 de Abr de 2008
No último dia 7 de abril, o coordenador da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), Antônio Carlos Ponce de Leon, esteve na Coordenação Regional da Funasa no Pará (Core/PA) para falar sobre a iniciativa pioneira no País de um inquérito envolvendo as questões nutricionais e alimentares dos indígenas. "O inquérito será realizado durante todo o ano de 2008 e tem a finalidade de descrever a situação alimentar e nutricional nas aldeias, além de seus fatores determinantes serem crianças indígenas menores de 5 anos e em mulheres indígenas de 14 a 49 anos", esclareceu o coordenador.
O inquérito é uma iniciativa do Ministério da Saúde/Funasa, por meio do Vigisus. Tem a coordenação da Abrasco e ainda conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para realizá-lo, nas 119 aldeias sorteadas para amostragem, estarão envolvidos pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa de todas as regiões do Brasil, especialistas nos temas cobertos pela pesquisa. As equipes contarão, ainda, com o apoio de profissionais de saúde dos Dseis e, sempre que possível, serão acompanhadas por Agentes Indígenas de Saúde (AIS).
Ao todo, a amostra incluirá 5.532 indígenas menores de 5 anos, e 7.985 índias com idade entre 14 e 49 anos. O público-alvo vai passar por vários exames entre eles: tomada de medidas antropométricas (peso e altura), testes para verificar a ocorrência de anemia, medida de pressão arterial, teste para diagnosticar diabetes, entre outros exames.
No ano de 2000, a Fundação Nacional de Saúde iniciou a estruturação do Sistema de Informação da Atenção à Saúde (Siasi). Recentemente, a Funasa deu início à implantação de um sistema de vigilância alimentar e nutricional (Sisvan), que terá como uma de suas fontes de informação dados oriundos desse inquérito. Portanto, o que for levantado no inquérito servirá para subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação das ações de saúde junto às comunidades indígenas.
Para o Coordenador Regional da Funasa no Pará, Florivaldo Vieira Martins, a pesquisa só trará benefícios para os índios atendidos no estado e no restante do país. "Sabe-se pouco sobre alimentação e nutrição indígena. É um conhecimento muito superficial sobre o assunto. Por isso, o inquérito servirá para ajudar a instituição e suas coordenações a planejarem melhor as estratégias, no que diz respeito à nutrição dos povos indígenas".
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