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Funasa pretende prevenir DST e Aids entre os índios

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Rose Domingues
26 de Ago de 2003

As doenças sexualmente transmissíveis e a Aids estão entre as principais doenças que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) quer combater e prevenir entre os povos indígenas. Hoje, não existem dados precisos sobre o assunto. Cerca de 1.466 casos de DSTs foram constatados em 2002, o que segundo a enfermeira Dulce Del Castilo, do Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, ainda não refletem a realidade.

"Agora que vamos iniciar a atualização do sistema de informação. Vamos coletar e sistematizar os dados. Só daqui a dois anos poderemos dizer quantos têm DSTs, Aids, qual o número de dependentes químicos nas aldeias e o perfil de cada um deles".

Para a índia Mirian Terena, 40 anos, membro do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas (Conami), não adianta política pública se não há envolvimento dos povos indígenas, principalmente da mulher da aldeia porque é ela, segundo Mirian, que tem sofrido na pele todas as mudanças culturais das tribos. "Os homens vão para a cidade em busca de estudo, trabalho e acabam trazendo doença para dentro de casa", explica.

Os exames ainda são tabus em muitas etnias. Mirian explica que muitas mulheres ainda têm "vergonha" de serem conduzidas por agentes comunitários do sexo masculino e preferem ficar com a doença a procurar ajuda.

A população indígena no Brasil é de 385 mil, cerca de 0,2% da população. São 217 povos, que falam 180 línguas e ocupam 12% do território nacional. Há 500 anos, eles somavam mil povos e chegavam a 4 milhões de pessoas.

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