Agência Câmara-Brasília-DF
19 de Abr de 2005
O assessor do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Edgar Dias Magalhães destacou a importância da criação dos distritos sanitários INDÍGENAS durante a comissão geral para debater a situação dos povos INDÍGENAS no País, que acontece neste momento. Ele disse que, para atuar nesses distritos, a Funasa tem estabelecido parcerias com organizações não-governamentais (ONGs), universidades, prefeituras e governos estaduais. "Neste ano, das 50 conveniadas que temos, 31 são INDÍGENAS, ou seja, 62% das nossas parcerias", observou.
Na sua opinião, essas alianças podem representar um importante elemento de fortalecimento de comunidades e movimentos INDÍGENAS na área de saúde.
Edgar Magalhães afirmou também que, dos cerca de 9 mil profissionais que trabalham em terras INDÍGENAS, aproximadamente 5 mil são agentes INDÍGENAS de saúde e saneamento, o que é importante para garantir uma atenção e uma assistência respeitosa. Ele informou ainda que, no segundo semestre, será realizada uma série de encontros que culminarão na 4ª Conferência Nacional de Saúde para os Povos INDÍGENAS, em 2006, "um momento máximo de consulta a essa população".
Demarcação
Representante da Organização de Mulheres INDÍGENAS, Graça Tapajós citou os entraves aos avanços dos direitos INDÍGENAS previstos na Constituição de 1998 e em tratados internacionais. "Estamos aqui, neste ato de cidadania, a exigir que nossos direitos sejam realmente respeitados", disse. Ela pediu que a "nata pensante" que compõe a Câmara busque agilizar a demarcação das terras INDÍGENAS.
Já Danilo Afonso, da comunidade indígena Monte Moriá 2, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), posicionou-se contra a demarcação da área. "Sou contra porque já está levando conflito para lá. Hoje, há briga do índio com o índio", afirmou. Ele disse que nasceu e foi criado na reserva e disse querer o desenvolvimento para a sua comunidade. "Quero ter filho estudado, não quero isolamento lá na minha maloca", declarou.
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