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Funasa descarta possibilidade de surto de diarréia ter causado morte de crianças indígenas

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Alessandra Bastos
10 de Mar de 2006

Em um ano, 15 crianças morreram vítimas de desidratação e diarréia aguda na reserva indígena Apinajé, no Dsei - Distrito Sanitário Especial Indígena em Tocantins. A Funasa - Fundação Nacional da Saúde, em relatório divulgado na quarta-feira (8), descartou a possibilidade de um surto de diarréia na reserva e de problemas referentes à qualidade da água.

"A equipe fez uma avaliação médica preliminar em 286 crianças, ou 94,3% do total de indígenas de até 5 anos. Ao mesmo tempo, outra equipe fazia análises referentes à qualidade da água nas aldeias", informou a instituição, no relatório. "O resultado desses exames não indicou relação direta entre a água e a situação de saúde dos indígenas."

Em janeiro, a fundação afirmou ter enviado uma força-tarefa para a localidade, composta por 16 pessoas, para verificar as causas do possível surto de diarréia, crise de vômitos e desidratação na região. A força-tarefa foi composta por médicos, enfermeiras, engenheiros sanitaristas e técnicos de educação em saúde.

Segundo o relatório, o lixão do município de Tocantinópolis localiza-se "nas proximidades da aldeia São José, onde ocorreu a maior parte das mortes, aumentando o risco de infestação de insetos e roedores e a disseminação de doenças".

O resultado das análises da água consumida pelos índios mostrou que a água do poço consumida pelos índios "atende ao padrão para o uso", já o restante das amostras de água examinadas apresenta "coliformes totais superior ao indicado para consumo humano", de acordo com o relatório. A fundação informa que, como medida preventiva, realizou a desinfecção das caixas d'água que abastecem sete aldeias da reserva Apinajé.

A avaliação médica concluiu que os casos de diarréia correspondem "a um aumento sazonal dessas doenças que acontece no estado, no período de dezembro a março e junho a julho, de acordo com informações levantadas pelas secretarias de Vigilância Epidemiológica do Governo Estadual e Municipal e pela equipe da fundação".

Em relação à nutrição das crianças, os exames mostram que 15,5% das crianças estão abaixo do peso. O relatório destaca que este índice, em 2003, era de 17%. Segundo o laudo técnico, as crianças com déficit de peso têm, em geral, de oito a 24 meses, "período em que saem do aleitamento materno e passam a consumir outros alimentos". A fundação informa que as crianças com peso abaixo da média estão sendo assistidas, "semanalmente, com verificação de peso, para acompanhar a evolução nutricional".

Segundo a fundação, as condições de higiene e produção de alimentos ficam prejudicadas nas aldeias mais populosas. Já as aldeias mais distantes apresentam melhor situação nutricional devido à disponibilidade de alimentos provenientes de caça, roças e coleta.

A vigilância está intensa no local, segundo a fundação. "A equipe que atende a reserva está sendo ampliada para prevenir novos problemas de saúde na população indígena".

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