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Funai prepara polícia para fiscalizar aldeias; Sucuri volta amanhã

Dourados Agora - www.douradosagora.com.br
Autor: Maria Lucia Tolouei
20 de Ago de 2008

A Fundação Nacional do Índio (Funai) vai promover a qualificação de policiais de todos os organismos de segurança pública para atuarem nas aldeias de Mato Grosso do Sul.

Em entrevista esta manhã ao Douradosagora, a coordenadora do Núcleo da Funai no município, Margarida Nicoletti disse que o objetivo é familiarizar os agentes com a cultura nativa, a fim de otimizar o trabalho junto aos indígenas. Margarida vai marcar uma reunião para organizar o cronograma, com o apoio da Polícia Federal e o Ministério Público.

A coordenadora também garante que a Sucuri retorna às aldeias de Dourados e Amambaí a partir de amanhã. A operação suspensa há cerca de 20 dias foi reativada esta semana, mediante portaria assinada pelo presidente da Funai, Márcio Meira.

Equipes de quatro servidores do setor de fiscalização da Funai voltarão à ativa junto às comunidades nativas dos dois municípios. A ação ostensiva de combate ao crime deve ser reforçado pela presença de policias civis e militares, além da Polícia Federal.

Margarida acredita que a Operação Sucuri vem contribuindo sobremaneira para minimizar a escalada da violência, que também vem penalizando a sociedade no perímetro urbano da cidade.

"Os agentes com poder de polícia impõem respeito junto à comunidade, mesmo porque eles conhecem os costumes e, além de repressão ao crime, também dão apoio às famílias inclusive nos encaminhamentos das vítimas e acusados aos órgãos competentes, como as delegacias", avalia.

A estratégia de familiarizar os policiais com os costumes indígenas tem o apoio das lideranças. É o caso do guarani Carlos Antônio Duarte, morador na Aldeia Jaguapiru, e que diz falar em nome de lideranças de outras 40 aldeias do Cone Sul do Estado.

Duarte explica que, por conta dos seriados casos de violência, as famílias se sentem inseguras. Estudantes e trabalhadores, que percorrem diariamente as estradas vicinais que cortam as aldeias, temem os assaltos muitas vezes praticados por não índios que têm acesso livre à Reserva onde aliciam menores, comercializam baquinhas de cachaça e outras drogas, prática proibida por lei.

O guarani diz que na Reserva Indígena de Dourados a situação é ainda mais grave devido à superpopulação, a maior do Estado de Mato Grosso do Sul e também em relação ao número de habitantes confinados em área, no caso 3,6 mil hectares para mais de 13 mil indígenas das etnias guarani, cauiá e terena, que disputam o espaço.

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