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Funai participa de audiência na Câmara sobre índios Zuruahã

Funai-Brasília-DF
14 de Dez de 2005

O vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, participa hoje à tarde de audiência pública na Câmara sobre a atuação da missão evangélica Jovens com uma Missão (Jocum) na Terra Indígena Zuruahã, no Amazonas. Em julho deste ano, a missão retirou duas crianças e suas famílias da aldeia para tratamento médico em São Paulo sem a autorização da Funai e da Funasa.

A reunião, promovida pela comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara, também contará com a presença do diretor do Departamento de Saúde Indígena da Funasa, José Maria de França; do assessor de programas da Subsecretaria de Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Roger Wilians Ferreira do Nascimento; da presidente da Jocum, Braúlia Inês Barbosa Ribeiro, e dos missionários da Jocum Márcia e Edson Suzuki.

O caso das crianças Zuruahã

Recentemente, três crianças da etnia nasceram com graves doenças congênitas. O menino mais velho, de 11 anos, apresenta um quadro de nanismo e a Funai teme que ele seja rejeitado pela comunidade indígena. Uma das duas meninas, ainda bebês, teve uma paralisia cerebral que impediu o movimento de suas pernas. A outra nasceu pseudo-hermafrodita. Muitas etnias indígenas, de diversas regiões do Brasil, praticam ou já praticaram o homicídio de crianças que nascem com algum problema de saúde, pois acreditam que elas pessoas não teriam chance de sobreviverem na selva. O povo Zuruahã mantém esse costume até hoje.

O quadro dessas três crianças era extremamente grave e chamou a atenção da população nacional quando a Jocum interveio na comunidade indígena e retirou as crianças e suas famílias da aldeia para tratamento médico sem autorização do Governo Federal. Os índios, que têm pouco contato com a sociedade envolvente, viram-se em um dos maiores e mais conturbados centros urbanos do mundo: a cidade de São Paulo.

Além de não ter autorização da Funai para atuar na Terra Indígena, a Jocum desrespeitou o trabalho da Funasa, que já estava ciente do problema e tomando as providências necessárias para o tratamento médico das crianças.

Solução da Funai e da Funasa

Depois de quatro meses na cidade de São Paulo, os índios Zuhuarã estão voltando para a Terra Indígena. No dia 05 de dezembro, as duas famílias chegaram a Porto Velho (RO) acompanhadas por agentes da Funai e da Funasa e por um missionário da Jocum. De lá, os índios seguiram para Lábrea e, de barco, já estão a caminho da aldeia.

As crianças foram submetidas a tratamento médico, sempre acompanhadas por enfermeiros da Funasa. A pequena índia pseudo-hermafrodita está curada, as outras duas crianças ainda precisam de assistência médica.

Por isso, a Funasa concluiu que era preciso dar assistência médica à comunidade indígena dentro da própria aldeia. O órgão responsável pela saúde dos índios já enviou dois enfermeiros, que ficarão na Terra Indígena Zuruahã em caráter permanente.

Já a Funai, com o intuito de preservar a cultura dos índios, baixou uma Portaria, no dia 30 de novembro de 2005, determinando que as administrações regionais da fundação realizem um levantamento completo de todas as Instituições Religiosas que atuam junto aos povos indígenas do Brasil.

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