Diário de Cuiabá
Autor: JOANICE DE DEUS
07 de Fev de 2008
Dez dias depois de ter sido comunicada sobre a ameaça de invasão à aldeia Jarudore, que fica no município de Poxoréu (251 quilômetros, ao sul de Cuiabá), até ontem pela manhã a Fundação Nacional do Índio (Funai) não havia deslocado nenhuma equipe para a terra indígena dos bororos.
Enquanto isso, o clima na região continua tenso. "O medo não passa. A gente fica sempre na expectativa de que vão invadir ou que algo possa acontecer", disse a cacique da aldeia, Maria Aparecida Toro Ekureudo.
Ela relatou que homens e mulheres se revezam para fazer a guarda noturna. "Passam a noite toda vigiando. Aqui é muito escuro e não temos lanterna", comentou.
Segundo Maria Aparecida, a segurança nestes últimos dias só tem sido um pouco maior porque, a pedido dela, o comando da Polícia Militar de Primavera do Leste encaminhou policiais para o distrito. "São dois policiais que sempre passam na aldeia fazendo ronda", observou. "Eles devem ficar 15 dias", acrescentou.
A cacique informou também que ainda ontem chegariam dois caminhões com indígenas bororos da aldeia Meruri, do município de General Carneiro. "É para dar mais segurança", disse Maria Aparecida reclamando da precariedade dos barracos onde vivem os índios. "Tem muita goteira, precisamos de lona".
Procurado novamente pelo Diário, o administrador do Núcleo de Apoio do órgão em Rondonópolis, Antônio Alves Dourado, disse apenas que as providências necessárias estão sendo tomadas e que a ida a Jarudore ainda dependia do suporte da Polícia Federal. Ele reconheceu que a possibilidade de conflito preocupa.
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