VOLTAR

Funai e Ong São Marcos lutam para barrar projeto social desenvolvido pelo Pronesp

Brasil Norte-Boa Vista-RR
27 de Ago de 2003

O diretor do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Nova Esperança (Pronesp), em Pacaraima, Alfredo Silva, garante que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Ong São Marcos estão perseguindo e inviabilizando o desenvolvimento sustentável da comunidade.
Considerado o único projeto piloto no Estado, que busca promover a sustentabilidade regional, o programa está sendo alvo constante das duas entidades. Segundo Alfredo, desde que o projeto foi posto em prática, a Funai e a Ong contestam o projeto.

A comunidade da Nova Esperança ,antes desconhecida, passou a ganhar notoriedade depois que o programa passou a ser implantado. Isso por que o projeto propõe criar condições sócio-econômicas favoráveis ao desenvolvimento sustentável. Ainda de acordo o diretor, o Pronesp combate a fome, a delinqüência juvenil, o êxodo rural, o alcoolismo ,a desnutrição materno infantil e, acima de tudo, "quebra" o muro ideológico que tem gerado violência e tensão social entre a população indígena e branca em Roraima. O plano diretor do Programa, montado para ser implementado a médio e longo prazo, prevê, por exemplo, a implantação de toda infra-estrutura básica, o desenvolvimento de projetos de geração de alimento e renda.

Animais silvestres
Também faz parte do projeto, a criação de animais silvestre em cativeiro, piscicultura, ecoturismo, produção de artesanato, apicultura , agricultura e horta orgânica.
Além disso, há todo um sistema de apoio na área de capacitação e informação que inclui a implantação de um Centro de Educação Rural Integrado, voltado a pesquisas de novas tecnologias, laboratório de informática e uma radio comunitária.

Projeto
O projeto, que é mantido e administrado pelos próprios índios, começou a chamar atenção da mídia local e nacional, tendo sido já matéria de documentário para a GNT, TV ASAKI , do Japão , TV Justiça e diversos jornais e revista da região.
Para Alfredo Silva, o conceito de empreendedorismo e visão estratégica que vem sendo trabalhado na formação da comunidade, onde a educação, a capacitação e a informação balizam o projeto, vem incomodando a Funai e todos aqueles que lutam para manter as comunidades indígenas no abandono.

Segundo o diretor, a Funai deveria está trabalhando diuturnamente para aliviar a dor, a fome e o abandono que hoje impera nas comunidades indígenas. "É que cada vez mais a cidade vai inchando com a presença de famílias de indígenas que se amontoam no lixão da cidade e formam um verdadeiro bolsão de miséria", relatou.
Outro fato que chama a atenção do diretor: é o alarmante índice de suicídio de jovens nas comunidades, também como conseqüência do abandono em que vivem. Ele cita, como exemplo, as comunidades da Boca da Mata e Taxi.

Em função dessa realidade , o álcool que tem estimulado outro fato igualmente preocupante, que é a violência entre os jovens. "Se a Funai fosse um órgão sério, ao invés de concentrar o interesse em boicotar o projeto, deveria apoiar tal empreendimento", disse.
Para o líder comunitário Alfredo Silva, que recentemente tornou-se o único índio emancipado do Brasil, a reação da Funai e da Ong São Marcos já era esperada justamente pela postura anti-desenvolvimento que esses setores tem demonstrado perante a sociedade.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.