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Funai combate garimpagem em áreas indígenas de Roraima

Portal Amazônia - http://www.portalamazonia.com
12 de Fev de 2014

Até o momento, operação Korekorema destruiu 25 balsas e desativou uma pista de pouso. Ação está sem prazo de término

BOA VISTA - Com a criação da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kuana (FPEYY), em 2010, da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Roraima, a garimpagem em terra indígena passou a ser monitorada intensivamente no Estado. A operação Korekorema iniciou no município de Amajari, na última quinta-feira (6), onde foi construída uma base de estratégia, às margens do rio Uraricoera, principal formador do rio Branco. "Pelo número de acampamentos, cerca de 400 garimpeiros atuavam na área. Até o momento, 25 balsas e uma pista de pouso foram destruídas", relatou o coordenador da FPEYY, João Catalano.

Há dois anos, a Funai, em parceria com as Polícias Federal (PF) Militar (PMRR) e Exército, monitora terras indígenas contra a ação de garimpeiros. Na reserva Yanomami, banhada pelo rio Uraricoera (a cerca de 150 quilômetros ao norte de Boa Vista), vivem aproximadamente 25 mil indígenas, que sofriam com a prática ilegal da atividade. "A água do rio estava contaminada, principalmente com dejetos de mercúrio. Tivemos relatos que os indígenas estavam deixando de beber água e os peixes da região estavam morrendo", relatou Catalano.

O coordenador frisou ainda que o problema atinge também a população roraimense como um todo. "É uma questão ambiental e social. O Uraricoera, por ser o principal formador do rio Branco, abastece todo o Estado. Hoje podemos declarar que o rio está limpo de balsas", disse Catalano ao Portal Amazônia.

Ultimato para garimpeiros

Com o monitoramento intenso, a Funai deu um prazo para que até o dia 15 de janeiro os garimpeiros deixem a região. "Destruímos não só as balsas e pista, mas estamos limpando a área, retirando os suprimentos, entre outros. Alguns garimpeiros ainda estão escondidos na reserva, mas se entregarão por conta da dificuldade", afirmou o coordenador.

A maioria dos garimpeiros abandonou a área com a chegada das entidades ao local. Até o momento, ninguém foi detido. "Mas quem for encontrado com material de garimpo ou praticando atividades ilícitas na terra indígena será autuado, preso e encaminhado à Polícia Federal", garantiu Catalano. A operação Korekorema ainda está em andamento e não possui um prazo de término.

Próximas operações

Outros pontos de garimpo já foram identificados pela FPEYY. Alguns, mantidos em segredo para futuras operações. "Em alguns pontos só é possível chegar de helicóptero ou caminhando durante uma semana. Buscamos mais parcerias para realizar a operação nessas aéreas também", afirmou o coordenador.

Até o momento, o rio Uraricoera foi declarado como 'limpo de balsas', mas o intuito é, ainda este ano, limpar os rios Apiaú e Catrimani, que possuem "atividades intensas de garimpo. São rios importantes para o abastecimento de água da população do Estado".

Outras áreas, como o Pico da Neblina e Barcelos, também estão nos planos de monitoramento da FPEYY. "Queremos combater não só a garimpagem, mas todo tipo de atividade ilícita, como, por exemplo, o trabalho escravo", explicou o coordenador.

Apoio

"A preservação ambiental é necessária para todos os cidadãos, nãos apenas para os indígenas, que também são cidadãos roraimenses", disse Catalano. O objetivo atual da FPEYY é sensibilizar o governo do Estado e município, para reunir esforços e combater o garimpo de forma célere. "Este trabalho não é uma atividade apenas da Funai, todos devem estar envolvidos para o bem da população".

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