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Funai analisa permanência de índios guaranis em praia de Niterói

O Globo, Rio, p. 31
08 de Mai de 2008

Funai analisa permanência de índios guaranis em praia de Niterói
Representação do órgão discutirá com estado reconhecimento da população

Sergio Duran

A representação da Fundação Nacional do índio (Funai) para as Aldeias de Angra dos Reis e Paraty fará uma reunião na próxima semana com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para iniciar um processo de reconhecimento da população indígena instalada na Praia de Camboinhas, em Niterói. Os órgãos pretendem reunir informações do terreno, que seria um sítio arqueológico compreendendo cinco sambaquis (cemitérios indígenas).
O Ministério Público Federal abriu representação a pedido da Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam), que quer a retirada das famílias.
- Vamos analisar qual será a melhor solução por ser uma área de parque e de preservação ambiental. Pode até haver uma ocupação que ajude a preservar a área sem que haja uma demarcação, mas com um monitoramento de um grupo de trabalho que envolva a Funai e o IEF - explica Cristino Cabreira Machado, representante do órgão federal.
Com a movimentação da Funai no Rio, a aldeia habitada por índios guaranis, chamada Tekoa Itarypu, pode ser reconhecida como outras do estado. Além dela, existem a Bracuí, em Angra dos Reis; e Paraty-Mirim, Mamamguá, Rio Pequeno e Itaxim, em Paraty - todas regularizadas na década de 90.
Segundo Cristino, hoje o estado tem cerca de 600 índios.
A ocupação indígena em Camboinhas foi percebida pela Funai no último dia 19 de abril.
Na época, cerca de 200 pessoas e representantes de 17 etnias indígenas brasileiras fizeram uma manifestação no local em defesa do sistema lagunar da região e do sítio arqueológico.
Representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Arão da Providência Araújo Filho foi convocado para dar assistência à tribo e verificar possíveis violações de direitos humanos. Segundo ele, a manifestação teve como base impedir que a prefeitura levasse à frente autorizações já concedidas para condomínios residenciais no local.

O Globo, 08/05/2008, Rio, p. 31

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