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Funai afasta suspeito de envolvimento em acordo

Zero Hora-Porto Alegre-RS
Autor: CARLOS WAGNER
07 de Abr de 2006

Fundação faz apuração paralela

Pelo menos um funcionário já foi afastado de suas funções pela Fundação Nacional de Índio (Funai) na investigação que apura um acordo de assistência mantido entre empresas de insumos agrícolas, agricultores e líderes da Reserva da Guarita.

O acordo permitiu aos índios plantarem 3 mil hectares de soja na reserva e foi considerado ilegal pela Justiça Federal. A Polícia Federal (PF) está acompanhando a colheita de 90 mil sacas em busca dos nomes dos financiadores dos índios.

O nome do funcionário da Funai afastado não é revelado porque a investigação ainda não está concluída, explicou Neri Ribeiro, 54 anos, administrador gaúcho da fundação. Em uma conversa com Zero Hora na cidade de Miraguaí, o funcionário afastado disse estar tranqüilo quanto ao resultado das investigações:

- Não estou envolvido em arrendamento clandestino de terra indígena para agricultores brancos.

A investigação deverá ser concluída em 30 dias. Se ficar comprovada a culpa do investigado, a penalidade poderá ir de uma advertência até a exoneração. A fundação está ajudando os agentes da PF no controle dos proprietários de colheitadeiras que trabalham na safra da soja.

O delegado federal Gustavo Schneider, de Santo Ângelo. disse que os federais estão analisando fotos aéreas tiradas das lavouras da Guarita. Os primeiros resultados revelaram que lavouras de soja de agricultores vizinhos à Guarita invadiram a área indígena.

( carlos.wagner@zerohora.com.br )

Entenda o caso
> Há dois anos, os líderes indígenas da Reserva da Guarita articularam um acordo de assistência técnica com empresas fornecedoras de insumos agrícolas e agricultores para financiar o plantio de soja.
> A Justiça Federal decidiu que o acordo é ilegal
> Na semana passada, os índios trancaram um trecho da RS-330 e conseguiram flexibilizar a determinação da Justiça.

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