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Funai acompanha estudantes indígenas nas cidades

Site da Funai
08 de Fev de 2002

Esta ano, o Departamento de Educação da Funai - DED prioriza umprograma de acompanhamento especial para os estudantes indígenas matriculados em escolas das capitais ou cidades grandes dos estados. Segundo a chefe do Departamento, Maria Helena Fialho, a real situação desses estudantes contará com a participação dos setores de educação das Administrações Executivas Regionais (AERs).

Além das unidades regionais da Funai, a DED articula contatos e acordos de colaboração com as Secretarias estaduais e municipais, organizações e associações indígenas, além das 30 casas do Índio espalhadas pelo país.
Fialho acredita que o acompanhamento permitirá atender melhor as necessidades dos estudantes fora das aldeias e preparar um programa específico para atendê-los durante o ano letivo.

Com o programa específico será possível estabelecer ações concretas para melhorar o desempenho dos alunos indígenas. Em Manaus, por exemplo, a Administração está destinando uma sala para criar uma biblioteca voltada para as necessidades curriculares dos estudantes universitários indígenas. Para outros é necessário cursos de reforço ou de pré-vestibular. O passe estudantil e recursos para alimentação são prioridades da maioria dos
estudantes indígenas

Escolas Xavante e Bororo recebem livros

Os estudantes das escolas indígenas Xavante e Bororo, no Mato Grosso, recebem, este ano, um conjunto de publicações produzidas pelos professores indígenas, durante os cinco anos de Projeto Tucum. Criado pela secretaria de Educação do Estado, o projeto tem o apoio da Funai, que financiou a impressão.

Os livros elaborados pelos professores em capacitação, têm a orientação pedagógica de especialistas e abordam desde os aspectos ortográficos e lingüísticos aos sócio-culturais. Entre as publicações Xavante, destaca-se
" As pinturas da Cultura Xavante", do professor e desenhista Paulo Ubuhu, trabalho realizado na disciplina de Linguagem Artística e Corporal da região Xavante de Água Boa/MT.

A publicação mostra, por meio de expressivos desenhos, como ocorre a Festa da Iniciação, passagem do jovem para fase adulta. Uma riqueza enorme de pintura corporais, rituais e indumentárias caracteriza a festa, realizada
até hoje nas aldeias tradicionais aldeias Xavante. Para contar a história dessa festa, o autor observou muitos ritos e conversou com os mais velhos para esclarecer suas dúvidas.

Professores indígenas do Xingu produzem material didático

Os 55 professores indígenas das etnias do Parque Nacional do Xingu - Kuikuro, Kalapalo, Kamaiurá, Matipu, Waurá, Yawalapiti, Nahukuá, Mehinaku, Aweti, Trumai, Suyá, Kaiabi, Ikpeng, Yudjá e Paraná - que lecionam nas 30 escolas indígenas bilíngües produziram, de 1996 a 2000, onze livros utilizados pelos 1.154 alunos, entre crianças e adolescentes.

Um dos objetivos principais da formação dos professores indígenas é prepará-los como educadores e autores de materiais didáticos diferenciados de acordo com cada etnia, tendo o português como segunda língua. A capacitação de professores indígenas para o magistério integra a nova política educacional diferenciada do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais.

No Xingu, o curso tem a participação do Instituto Sócio-Ambiental - ISA, que oferece dois cursos anuais ministrados por educadores, lingüístas e antropólogos e dá acompanhamento pedagógico às escolas durante o ano letivo. O trabalho estimula o estudo das línguas faladas no Parque, a produção de ortografias nessas línguas e a produção de material diferenciado.

Até agora foram impressos os livros: "Geografia Indígena", "Tisakisu" , "Livro de História" e "Kamajura
jemo´etap" , "Yudja Kamena jane je´nga" ,"Ksêdjê Kapere" - Aprendendo Português nas Escolas do Xingu - no 1 e no 2 ,"Brasil e África " uma visão xinguana da formação do povo brasileiro - e Ikpeng Orempopanpot.

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