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Fumaça de fogo na Amazônia chega a São Paulo, Paraná e Bolívia

Folha PE - folhape.com.br
Autor: Agência O Globo
08 de Set de 2022

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Em uma semana, queimadas alcançam mesmo número de todo o setembro de 2021

A fumaça gerada pelos intensos incêndios na Amazônia, que ocorrem em níveis alarmantes há semanas e já atingem Unidades de Conservação e Terras Indígenas, se deslocou para São Paulo, Paraná e a Bolívia. A situação pode ser vista por imagens do satélite GOES 16, divulgadas pela MetSul nesta quarta-feira (7).

Além disso, na própria Amazônia há cidades cobertas pela fumaça, como Rio Branco (AC), onde o nível de poluição do ar registrado é de 225 microgramas por metro cúbico, valor quase 10 vezes maior que o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com isso, a cidade atingiu o nível de alerta na saúde na escala da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre, coordenado pelo Ministério Público do Acre (MPAC).

Nos últimos dias, a previsão era justamente do deslocamento da fumaça para o Sul, o que se confirmou nesta quarta. Segundo o boletim do MetSul, chama a atenção a "grande quantidade de fumaça" nas imagens de satélite. Devido às correntes de vento, um corredor de fumaça de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados se formou do Norte ao Centro-Oeste do país, mas agora a poluição já é vista no Paraná, no extremo oeste do estado de São Paulo e até na Bolívia.

Como mostrou O GLOBO, os incêndios na Amazônia estão batendo recordes nas últimas semanas. Na primeira semana desse mês, o número de focos de queimada detectados (16.700) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já é praticamente o mesmo do que foi registrado em todo o mês de setembro do ano passado (16.742). De janeiro a setembro, a quantidade de fogo em 2022 é 45% maior do registrado no mesmo período de 2021. Segundo especialistas, além do clima seco, as ações criminosas estão promovendo uma "corrida pelo desmatamento", o que já atinge Unidades de Conservação e Terras Indígenas.

Acre sob fumaça

Segundo os dados do Inpe, os estados com mais incêndios no momento são Pará, Mato Grosso e Amazonas, mas a fumaça das queimadas vem cobrindo também o céu de Rio Branco (AC). Somente nos seis primeiros dias de setembro, a cidade teve detectados 2.681 focos de foco, sendo 267 na capital. É o maior valor desde 2003, tanto para o estado como para Rio Branco.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Acre, incêndios na Rodovia Transacreana, na zona rural de Rio Branco, destruíram 100 hectares de matas desde 31 de agosto, atingindo também cerca de 20 hectares de florestas que haviam sido plantadas há mais de 30 anos no Centro de Formação dos Povos da Floresta da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-AC). Diante de tanto fogo, o nível de poluição do ar em Rio Branco era de 225 microgramas por metro cúbico nesta terça, valor quase 10 vezes maior que o máximo recomendado pela OMS. Assim, a cidade atingiu o nível de alerta na saúde na escala da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre, coordenado pelo Ministério Público do Acre.

- As queimadas impactam diretamente os animais e a vegetação, tornando as matas mais degradadas e mais secas e aumentando a mortalidade das árvores. Impacta também a saúde da população da região que sofre com a poluição do ar, sobrecarregando o sistema de saúde pública. Precisamos urgentemente reativar as ações de comando e controle que protegem as florestas e as pessoas -afirmou Mariana Napolitano, gerente e ciências do WWF Brasil.

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