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FPI promove trabalho de educação ambiental na tribo Xucuri Kariri, em Palmeira dos Índios

Alagoas 24 Horas - http://www.alagoas24horas.com.br
14 de Mai de 2016

Teve dança de toré, plantio de mudas e educação ambiental. Assim foi a manhã de todo este sábado (14), na Aldeia Mãe Serra do Capela, da tribo Xucuru Xariri, localizada no município de Palmeira dos Índios. As atividades foram promovidas pela Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco (FPI) que, dentre as suas atribuições, também tem a missão de trabalhar pela preservação das comunidades tradicionais.

A primeira atividade desenvolvida foi o plantio de 30 mudas na reserva ecológica que fica dentro da aldeia. Foram plantados pés de Ipê Rosa, Ipê Branco, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Ipê Rosinha, Aroeira, Cupiúba, Genipapo e Caribeira. Todas são espécies que compõe a Mata Atlântica, bioma característico da região.

O pequeno João, de apenas seis anos, plantou um pé de Genipapo. "Eu nunca tinha feito isso. É muito legal, né? E essa plantinha agora vai ser minha? Eu posso ficar cuidando dela?", perguntou ele, que abriu um sorrisão quando os técnicos da FPI sinalizaram positivamente.

Ao todo, os índios vão receber três mil mudas para serem plantadas na mesma reserva. A FPI vai ajudar a fazer um levantamento da área para que o reflorestamento se dê de forma a também levar mais flora às nascentes dos rios que passam pela cidade e às áreas degradadas das nove aldeias da Xucuru Kariri.

Educação ambiental

A equipe de educação ambiental também realizou um trabalho sobre a fauna e a flora das regiões de Mata Atlântica e Caatinga. Por meio de brincadeiras, as crianças tinham que adivinhar sobre animais e espécies de árvores à medida que as dicas iam sendo dadas pelos técnicos do IMA.

Com duas equipes, de um lado os meninos e, do outro, as meninas, a vitória ficou com a mulherada. A premiação será um passeio de catamarã pelo complexo estuariano Mundaú-Manguaba.

"O mais bacana desse tipo de atividade é que as crianças e os adolescentes aprendem brincando a respeitar a natureza. A nossa intenção é que eles realmente cresçam defendendo um meio ambiente ecologicamente correto", afirmou a promotora de Justiça Lavínia Fragoso, coordenadora da FPI.

Toré de agradecimento

Os índios comemoraram a atuação da FPI em suas terras. "Nós queremos preservar a nossa fauna e a nossa flora. Infelizmente, sabemos que o homem está destruindo o meio ambiente e não pensa nas futuras gerações. Mas ainda há tempo de modificar essa realidade. A Aldeia Mãe Serra do Capela quer continuar sendo parceira da FPI, disse o cacique Alfredo Celestino.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHRSF), Anivaldo Miranda, colocou o colegiado à disposição da tribo Xucuru Kariri. "Todas as comunidades tradicionais que vivem no entorno da Bacia Hidrográfica do Velho Chico podem buscar a ajuda do Comitê e, inclusive, participar das nossas plenárias. É importante que vocês compareçam e nos falem dos anseios que sentem", afirmou.

"Vamos então buscar, sim, essa parceria. Juntos, conseguiremos combater os predadores. Continuemos trabalhando para que os mandantes dos crimes contra o meio ambiente sintam os rigores da lei", disse Purinã Celestino, líder espiritual da aldeia.

"De fato é muito importante que essa união aconteça. Inclusive, é essencial que esse processo de conscientização comece dentro da própria tribo, com a comunidade da qual vocês fazem parte. Os moradores das aldeias têm que fazer o dever de casa, já que o compromisso com o meio ambiente tem que partir de vocês", destacou Alberto Santana, analista ambiental do Ibama e integrante da FPI da Bahia, estado pioneiro no trabalho da Fiscalização Preventiva Integrada.

"A FPI também tem a função de dedicar parte dos seus esforços à defesa e preservação das comunidades tradicionais, das quais fazem parte as tribos indígenas. O trabalho de educação ambiental é muito bacana e tem a capacidade de envolver adultos e crianças. Hoje foi um dia feliz para a FPI Alagoas", comentou o promotor de Justiça Alberto Fonseca, também coordenador da força-tarefa.

A visita à aldeia foi encerrada com uma apresentação de toré, o ritual de celebração indígena. Nos cânticos sagrados deste sábado, os Xucurus Kariris deram boas-vindas e agradeceram a presença da FPI e cantaram em homenagem a união, aos passarinhos e a terra.

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