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Fotos retratam os guardiões da Amazônia

OECO - http://www.oecoamazonia.com
19 de Mai de 2011

O designer francês Antoine Olivier e o fotógrafo brasileiro J.L. Bulcão se aventuraram pela floresta por dois meses em 2009 enfrentando calor, umidade e mormaço para revelar aos olhos do mundo um pouco da capacidade de auto-sustentabilidade de culturas tradicionais amazônicas. Um seringal no Acre, a coleta de guaraná pelos índios no Amazonas, o manejo sustentável dos açaizeiros no Pará e o cotidiano das quebradeiras de coco-babaçu no Pará e no Tocantins foram o foco escolhido pela dupla. "Estes trabalhadores são guardiões: sabem como extrair da floresta o que ela tem para dar sem prejudicá-la", diz J. L. Bulcão.

No seringal Cachoeira, no Acre, todo látex é destinado à Natex, primeira fábrica de preservativos a usar a produção de seringal nativo. São cerca de 150 empregos diretos e milhares indiretos, atendendo comunidades no entorno de 24 seringais da Reserva Extrativista Chico Mendes. "No Acre não tem mais aquele seringalista que escraviza o trabalhador por dívida de aviamento", comemora J. L. Bulcão, cujo avô paterno foi seringueiro ou, como se dizia antigamente, 'soldado de borracha'. Ele decidiu fotografar esta comunidade produtiva em preto e branco e captou imagens atemporais do ofício.

Já no Amazonas, a coleta do guaraná pelos indígenas Satéré-Mawé é feita em parceria com uma empresa francesa e outra italiana. "O sistema produtivo é ditado por uma lenda: a árvore-mãe do guaraná não tem netos, só tem filhos, ou seja, todas as mudas para plantio são retiradas da mesma árvore. Os indígenas acreditam que, ao trabalhar com o guaraná, contribuem para que o verdadeiro warana jamais desapareça", explica Olivier. Por sua vez, o manejo sustentável dos açaizeiros no Pará ajuda a preservar florestas de várzea e ainda gera renda para mais de 100 famílias ribeirinhas. O açaí é produto orgânico de exportação e a cooperativa de Abaetetuba, no Pará, promove o replantio e a recuperação das áreas degradadas pelo extrativismo. Recebeu, por isto, a certificação do Instituto de Mercado Ecológico (IMO) da Suíça. "O uso correto da terra mantém a produtividade e quem vive lá sabe bem disto", comprova J.L. Bulcão.

Em outras comunidades do Pará e do Tocantins, mulheres de várias gerações tomam conta das palmeiras-babaçu. Em grupos, catam no solo cocos despencados e levam para o local onde é feita a quebra em mutirão. "Já há avanços, como a ´lei do babaçu livre´, que proíbe a derrubada da palmeira e permite a entrada das quebradeiras nas fazendas. Mas, apesar das amêndoas terem mil e uma utilidades, ainda falta inserir seus produtos em redes de mercado solidário e comércio justo", alerta Antoine Olivier. Nestes dois meses de viagem, ao presenciar o manejo sustentável da floresta, a dupla volta para casa com a certeza da importância destes guardiães.

Serviço
Les Guardiens de l'Amazonie - 40 fotografias, grandes painéis fotográficos impressos em vinil, elementos cênicos e sonoros típicos das comunidades e projeções multimídia.
Abertura dia 20/05, às 19h
Visitação gratuita de 21/05 a 17/07
de terça a sexta, das 14 às 18 horas
Sábados, domingos e feriados até as 19 horas
Espaço Cultural Eletrobras Furnas - Rua Real Grandeza, 219 - Botafogo 21-2528-3657 e furnascultural@furnas.com.br

http://www.oecoamazonia.com/br/blog/215-fotos-retratam-os-guardioes-da-…

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