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Fotos e Livro "Faces da Amazônia - Os Ianomâmi", de Valdir Cruz entram em exposição no Conjunto Cultural da Caixa

CCPY-Comissão Pró Yanomami-Boa Vista-RR
11 de Ago de 2004

Em 1994 Valdir Cruz, no seu estúdio em Nova York, fotografou o líder Ianomâmi, Davi Kopenawa. Recebeu do líder indígena o convite para ir a Amazônia retratar os índios Ianomâmis, e desde então o fotógrafo vem se dedicando a registrar as nações indígenas brasileiras. Das expedições resultaram centenas de imagens, 40 delas em P&B. com dimensões de 50x75 cm, estarão expostas a partir do dia 19 de agosto na Galeria Principal do Conjunto Cultural da Caixa.

Na ocasião será lançado o livro "Faces da Amazônia - Os Ianomâmi", pela Cossak & Naify. São 146 páginas em P&B, capa dura, com 87 imagens magníficas sobre o dia a dia da aldeia. Para a confecção do livro foi utilizada uma técnica de impressão no mínimo ousada. "É uma surpresa que eu quero fazer para o público e testar os resultados", diz o fotógrafo Valdir Cruz. Para criar esse novo sistema de impressão das imagens foi preciso destruir uma máquina e reconstruir outra. Um cientista dos Estados Unidos também alterou todo o registro de cores da máquina para conseguir efeitos especiais nos tons das fotos. O processo todo de impressão de pigmentos sobre papel algodão levou oito meses para ser realizado.

Valdir Cruz, nascido em Guarapuava, Paraná, mora nos Estados Unidos há mais de vinte anos, mas grande parte de seu trabalho fotográfico é dedicada ao povo, arquitetura e paisagens do Brasil. Laboratorista reconhecido mundialmente, já trabalhou com fotógrafos renomados como Edward Steichen e Horst T. Horst.

No trabalho "Faces da Amazônia", Valdir fotografou, além dos Ianomâmi, vários povos indígenas, como os Ingariko, Macuxi, Yawanawa, Kaxinawa, Matis e Korubos. Com essas imagens o fotógrafo pretende lançar vários livros retratando a diversidade dos povos Amazônicos. O primeiro deles, "Faces da Amazônia - Os Ianomâmi", lançado primeiramente em inglês, teve grande repercussão e figurou entre os dez melhores livros de fotografia no jornal Mercury News of San Jose, Califórnia, Estados Unidos.

Se o livro se destina às classes de maior poder aquisitivo, já que envolve um alto custo de produção, a exposição é mais democrática, com entrada franca, visando o acesso irrestrito às imagens de povo indígena. A crítica especializada atenta para o valor antropológico das imagens de Valdir Cruz.

Com seu trabalho, o fotógrafo paranaense conquistou reconhecimento nos Estados Unidos, Europa e Brasil. Várias instituições mantêm em seus acervos permanentes fotos de Valdir, dentre eles, o MASP e o Instituto Itaú Cultural em São Paulo, o MOMA - The Museum of Modern Art em Nova York e The Smithsonian Institution em Washington D.C.

Desde o início da carreira, nos anos 80, o fotógrafo participou de mais de 50 mostras coletivas e individuais nos EUA, Europa e Brasil. Suas imagens sobre os Ianomâmi ilustraram o livro do jornalista americano Patrick Tirney, "Daskness in El Dorado - como cientistas e jornalistas devastaram a Amazônia", traduzido para oito idiomas.

Valdir Cruz, mora em Nova York, e sempre que vem ao Brasil desenvolve trabalhos paralelos ao "Faces da Amazônia". Ele está com outros projetos em andamento. Um sobre Foz do Iguaçu e quedas d'água do Paraná e outro sobre o carnaval da Bahia.

"Faces da Amazônia - Os Ianomâmi" transcende o valor fotográfico e se torna um registro antropológico inestimável da cultura Amazônica. Como afirmou a crítica do New York Times, Vicki Goldberg, "Será uma das piores ironias dos nossos tempos se preservarmos a imagem da Amazônia e destruirmos a própria e seus habitantes. Enquanto existir essa possibilidade, aqui estão, floresta e povo - imagens que prendem o olhar e embora por mais serenas e adoráveis que possam ser, provocam uma inquietação em nossas mentes".

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