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Formação para escolas indígenas

Diário do Nordeste-Fortaleza-CE
27 de Ago de 2001

O processo de formação de professores de escolas diferenciadas para povos indígenas concluiu ontem mais uma etapa, com o encerramento de um curso iniciado dia 19. Os 118 participantes vivenciaram 64 horas de trabalho no hotel Porto d'Aldeia. Professores que já ensinam, professores iniciantes e lideranças participaram do curso oferecido pela Secretaria de Educação do Estado.

Esta primeira etapa do projeto de formação para o magistério indígena teve como método a pedagogia da pergunta. A partir de perguntas, os indígenas apresentaram suas respostas e elaboraram 19 temas para sua pesquisa nas comunidades. Destes, oito serão trabalhados inicialmente. Nas etapas seguintes, as respostas trazidas serão transformadas em livros para os professores.

A Seduc trabalha com grupos indígenas reconhecidos ou não pela Fundação Nacional do Índio (Funai), informa Nohemy Resende Ibanes. Assim, participaram do curso os Genipapo-Kanindé, os Kanindé de Aratuba, os Tremembé (de Itarema e Almofala), os Potiguara, Kariri, Kalabaça, Tupinambá e Tabajara (Povos de Crateús).

O processo de formação desses professores começou há algum tempo. Este é o quarto encontro, com o qual se deu início ao curso.

Esta primeira etapa do curso, foi acompanhada por um lingüista, Gilvan Müller de Oliveira; uma socióloga, Marivânia Leonor Furtado Ferreira, e pelo historiador Francisco José Pinheiro. Nas próximas etapas, de novembro deste ano, janeiro e julho de 2002, outros especialistas poderão participar. Cada um colaborando na sistematização do saber em sua respectiva área.

Fernando Marciano Santos, líder Tremembé de Almofala, ressalta que o projeto foi feito por nós próprios. Estamos produzindo nossos próprios livros. Ele relata que desde 1994 lutamos por escola diferenciada. Em 96 fizemos contato com a Seduc, no ano seguinte houve as primeiras capacitações e, em 2000, o Estado começou a pagar quem dava aula como voluntário, sem remuneração. Para isso, foram feitos convênios entre o Estado e as entidades dos povos.

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