A Tribuna-Rio Branco-AC
04 de Jun de 2003
A Polícia Federal confirmou ontem a presença do deputado federal Moroni Torgan (PSDB-CE), [presidente da comissão permanente de Combate ao Crime Organizado e Narcotráfico da Câmara Federal], na comitiva de parlamentares que estarão amanhã (5) em Cruzeiro do Sul, para uma audiência pública destinada a investigar denúncias de invasões de madeireiros e traficantes de droga em terras indígenas e conflitos entre as nações ashaninkas e amowakas, que nas últimas semanas teriam causado a morte de pelo menos 50 nativos.
Segundo o assessor de comunicação da Polícia Federal no Acre, Luís Carlos de Oliveira, o superintendente da Instituição no Estado, Paulo Fernando Bezerra, também se fará presente ao evento. A comissão, composta ainda pela deputada acreana Perpétua Almeida (PC do B), ouvirá lideranças indígenas, representantes de comunidades rurais, a população e parlamentares locais sobre o problema e vai elaborar um relatório que servirá para nortear o plano e metas de ações para estancar o problema.
O Exército também confirmou o sobrevôo do helicóptero Super Puma - com capacidade para 20 pessoas - na região onde ocorre o conflito entre ashaninkas do Brasil e os amowakas peruanos.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio no Acre (Funai), há notícias da invasão de território brasileiro pelos peruanos, desde 2000. Os madeireiros estrangeiros extraem mogno do território nacional e transportam pelo Rio Ucayali até Loreto, a 300 quilômetros da fronteira com o Brasil.
Ainda em 2000, foi criado o Grupo Brasil-Peru de Cooperação Ambiental Fronteiriça, do qual fazem parte, pelo Brasil, o Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Funai e os Governos dos Estados do Acre, Amazonas. Pelo Peru, o Ministério das Relações Exteriores, O Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) e a Polícia Nacional daquele País.
Os trabalhos do Grupo, no entanto, nunca avançaram em torno de uma política consistente de proteção para a região.
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