OESP, Nacional, p.A8
18 de Fev de 2005
Força Nacional vai enviar 400 soldados
Tropa já está sendo treinada em Brasília e vai reforçar a segurança no Pará
BRASÍLIA - O governo vai mandar nos próximos dias 400 policiais da Força Nacional para a região do conflito de terras no Pará, onde foi assassinada no sábado a missionária americana Dorothy Stang. A operação foi relatada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião convocada por ele com 11 ministros, no Palácio do Planalto, para avaliar a extensão dos focos de violência pela posse da terra.
Os policiais militares vão reforçar as tropas do Exército que já começaram a chegar a Altamira, a 140 quilômetros de Anapu. Quando o Exército sair, elas permanecem na região para garantir a segurança da população e dos agentes do governo que trabalham na área.
É a segunda vez que a Força Nacional é chamada a atuar: a primeira foi em novembro, no Espírito Santo, quando o grupo de elite foi convocado para combater o narcotráfico. Agora, os agentes são do Pará e já estão recebendo treinamento em Brasília.
Lula antecipou a volta do Suriname a pedido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e na reunião de ontem mostrou preocupação com as informações sobre a região dos conflitos agrários. Depois que irmã Dorothy foi assassinada, pistoleiros voltaram a agir. Mataram a tiros o ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas, Daniel Soares da Costa Filho, e o colono Carlos Branco. O presidente da Comissão Pastoral da Terra, d. Tomás Balduíno, disse que, das 161 pessoas ameaçadas de morte no País no ano passado, 40 estão envolvidas com a luta fundiária no Pará. Há um ano a PF faz uma operação de inteligência para o desarmamento da região. Avalia que as conexões envolvendo o assassinato da missionária são "difíceis, mas desvendáveis".
OESP, 18/02/2005, Nacional, p.A8
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