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Fogo destruiu 27 mil hectares no Parque Nacional da Ilha Grande

Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro-RJ
10 de Set de 2002

Um incêndio, que começou na quarta-feira e foi controlado ontem pela manhã, destruiu a vegetação de cerca de 27 mil dos 78 mil hectares (35%) do Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal está apurando as causas do incêndio. Há indícios de ação criminosa, fogo intencional.

O fogo atingiu principalmente a Ilha Grande, a maior do arquipélago, que tem cerca de 300 ilhas, e a Ilha Bandeirante, a segunda maior. De acordo com o pesquisador do parque Kauê Cachuba de Abreu há denúncias de que caçadores estariam agindo nas áreas limítrofes do parque, para onde os animais de maior porte podem ter fugido por causa do fogo.

A maior parte da área queimada é vegetação de várzea, que se regenera com mais rapidez. No entanto, em razão da extensão do fogo, muita mata ciliar foi destruída, de regeneração mais demorada. Este foi o maior incêndio no parque desde 1999.

Frentes frias diminuem as queimadas
A entrada das últimas frentes frias, com bastante umidade, no Centro-Sul do Brasil, ajudou a reduzir os índices de queimadas da semana. Entre os dias 1 e 7 de setembro, os sensores do satélite meteorológico NOAA-12 registraram 9.601 focos de fogo em todo o território nacional. O ápice foi 15.715 focos, detectados entre os dias 22 e 28 de agosto, o índice semanal mais alto do ano.

A redução foi de 39%, sobretudo nos estados do Sudeste. No Centro-Oeste, o abrandamento foi apenas parcial. O uso do fogo continua intenso entre os paralelos 10 e 12o Sul, embora algumas médias semanais tenham caído.

No Mato Grosso, por exemplo, foram 2.527 focos entre 1 e 7 de setembro, enquanto a média de agosto havia sido de 3.500 por semana, chegando a 4.803 focos entre os dias 22 e 28 de agosto. As altas concentrações de incêndios resistem ao longo da rodovia que liga Aripuanã a Sinop, da Cuiabá-Santarém e nas cabeceiras do rio Teles Pires.

Fogo avança - Na divisa de Mato Grosso, Pará e Tocantins, onde não chegou a influência das frentes frias, o número de focos é crescente. As mais altas concentrações de fogo localizam-se ao longo do rio Araguaia, em ambas as margens e em quase toda a extensão da rodovia que liga Barra do Garças, no Mato Grosso, a Marabá, no Pará.

As queimadas alastram-se ainda pelo interior do Maranhão, com altas concentrações no Noroeste do Estado, por onde passa a rodovia que liga Santa Inês, no Maranhão, a Belém, no Pará.

Em Rondônia a tendência é de aumento. Os registros, no Estado, subiram de uma média de 500 semanais, em agosto, para 1.279 focos, nesta primeira semana de setembro. As queimadas estão mais concentradas nas áreas de colonização, ao longo da BR-364, penetrando, no Acre, em torno de Rio Branco e de Xapuri. Focos mais isolados foram detectados também na altura de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, no Oeste do Acre.

No Pantanal, a situação continua crítica nas vizinhanças de Corumbá. E voltaram a surgir focos de fogo mais ao Sul, perto de Porto Murtinho, Ponta-Porã e Mundo Novo. O mesmo aconteceu no interior do Paraná, sobretudo entre Guarapuava e Pinhão.
(-Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro-RJ-10/9/02)

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