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Fogo destrói vegetação de parque da serra do Cipó

O Tempo
22 de Ago de 2007

Há cinco dias, brigadistas e homens do Corpo de Bombeiros tentam, sem sucesso, combater as chamas que já destruíram mais de 2.500 hectares de mata nativa do Parque Nacional da Serra do Cipó, em Santana do Riacho, região Central de Minas. Até as 19h de ontem (21/08), seis aeronaves com capacidade para carregar 1.500 l de água e cem homens trabalhavam para conter o fogo, que ameaçava algumas áreas particulares. O incêndio é considerado o mais devastador do ano no parque. As chamas chegaram a atingir 10 m. O vento e o tempo seco tornaram os focos mais difíceis de se combater. A parte alta do parque é a mais atingida.

Segundo o ex-chefe da brigada de incêndio do parque, Paulo Roberto Moreira, o Beto Cipoeiro, os focos começaram dentro do parque e em lugares distintos, o que indica que tenha sido criminoso. "Outros como esse já foram observados este ano no entorno e dentro do parque, mas eram de pequeno porte e foram combatidos a tempo." Conforme Moreira, a área atingida é a que abriga a maioria das nascentes e as principais espécies da flora e fauna, inclusive as endêmicas. Ele estima que sejam necessários mais dois dias de trabalho para apagar os focos e fazer o rescaldo.

O Parque Nacional da Serra do Cipó tem área de 33.800 hectares e 85 km de perímetro. Ele foi criado em 25 de setembro de 1984, pelo decreto federal no 90.223 e está localizado entre os municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. O parque pertence ao grupo de unidades de conservação de proteção integral e se destina à preservação das áreas naturais, sob os aspectos ecológico, beleza cênica, científico, cultural, educativo e recreativo. Modificações ambientais e a interferência humana direta são proibidas pelo Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Chamas também castigam Rola Moça
Um incêndio criminoso também destruía até ontem à noite o Parque Estadual do Rola Moça, em Brumadinho. Segundo o coordenador de relações inter-institucionais do parque, Luiz Roberto Bendia, o fogo foi ateado por um morador da região que "parece" sofrer de transtorno mental. "Ele disse que está desempregado e queria chamar a atenção."

O morador, que não foi identificado, foi levado para a cadeia de Casa Branca. De acordo com informações dos bombeiros, até o início da noite de ontem, o incêndio se propagava em direção ao manancial Catarina e ao condomínio Quintas da Água Branca. Porém, ainda não colocava em risco as casas. As chamas estavam sendo combatidas por 30 brigadistas.

Segundo Bendia, a área atingida é de difícil acesso. Até o fim da tarde de ontem, os brigadistas esperavam o apoio das aeronaves usadas pelos bombeiros para combater outro incêndio, na serra do Cipó.

(O Tempo, 22/08/2007)

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