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Fluxo de petroleo muda no Solimoes

OESP, Economia, p.B5
06 de Out de 2005

Fluxo de petróleo muda no Solimões
Baixo nível do principal formador do Amazonas faz Transpetro restringir navegação de petroleiros entre Coari e Manaus
Agnaldo Brito
A Transpetro, subsidiária da Petrobrás responsável pelo transporte de petróleo, foi obrigada a restringir o tráfego de petroleiros na região amazônica em razão do baixo nível do Rio Solimões que, junto com o Rio Negro, é o principal formador do Amazonas. Giovanni Cavalcante Paiva, gerente da Transpetro Norte, informou que a mudança da operação logística necessária ao abastecimento da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus, gerou um custo 50% maior que o normal.
A empresa gerencia frota própria e fretada para o transporte de petróleo e GLP do Terminal de Coari (instalado às margens do Solimões) ao de Manaus. Todo o volume que chega a Coari é produzido na bacia petrolífera de Urucu. Por dia, são produzidos entre 6,5 mil a 7 mil m³ de petróleo e 1,5 mil tonelada de GLP. A primeira parte da logística de 280 quilômetros é feita por dutos. Mas a baixa vazão do Solimões obrigou a Transpetro a dividir em duas etapas o transporte entre Coari e Manaus, trecho de 390 quilômetros. A empresa ampliou o número de balsas de 3 para 5. Os comboios de barcaças, que conseguem passar em canais de navegação mais rasos, trafegam 100 quilômetros até a região de Codajás, onde ocorre o transbordo do óleo bruto para os petroleiros que levam o produto por mais 290 quilômetros até o terminal de Manaus. Neste trecho, o nível do rio alcança 7,5 metros de profundidade. Os navios precisam de 12 metros para navegarem com segurança.
Para garantir o fluxo, fretamos outro navio petroleiro para fazer este trajeto. O custo será maior, mas teremos como garantir o abastecimento da refinaria”, diz Paiva. A Reman processa 42 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 7 mil m³ diários. A expectativa da Transpetro é que a operação especial seja mantida pelo menos até o final deste mês.
De acordo com Paiva, a queda do nível do Solimões perdeu velocidade. Em agosto, tivemos queda do nível de até 30 centímetros por dia. Nesta semana, a redução é de apenas 3 centímetros por dia. A tendência é que se estabilize e haja alguma recuperação a partir de agora”, afirma. Como nos demais rios amazônicos, as chuvas e o degelo na Cordilheira dos Andes são as principais fontes para enchimento da Bacia Amazônica.
RIO MADEIRA
A Eletronorte informou ontem que o abastecimento de parte das termoelétricas de Porto Velho ainda é feito com óleo diesel refinado em Paulínia (SP). Por dia, são enviados em caminhões, que rodam 3 mil quilômetros, 800 mil litros de diesel para abastecer as usinas térmicas de Rondônia. Segundo Fernando Fonseca, gerente regional da Eletronorte Rondônia, a operação está mantida pelas próximas semanas.

OESP, 06/10/2005, p. B5

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