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Floresta sob risco

O Globo, Zona Norte, p. 3
07 de Jan de 2017

Floresta sob risco
Vizinhos cobram medidas contra ocupações na Grajaú-Jacarepaguá

STÉFANO SALLES
stefano.salles@oglobo.com.br

Novas construções ao longo da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, logo após a Estrada de Santa Inês, avançam em direção à Mata Atlântica. Os prejuízos para o meio ambiente e a segurança preocupam a vizinhança, que cobra medidas para reforçar a proteção ambiental da área, situada às margens do Parque Nacional da Tijuca, e coibir as edificações erguidas irregularmente na via.
Em setembro passado, a Associação dos Amigos e Moradores da Freguesia (Amaf ) solicitou que o Ministério Público (MP) federal investigasse o desmatamento e as construções no entorno da Grajaú-Jacarepaguá e da Estrada Santa Inês. Uma equipe da Polícia Militar esteve no local no mês seguinte. Na primeira, encontrou uma granja que funcionava em condições insalubres e uma fábrica de gelo em construção. Nos fundos do imóvel, havia árvores cortadas.
Na altura da Rua Timboaçú, os agentes encontraram um forno de carvão vegetal. O Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) diz que a área não faz parte do Parque Nacional da Tijuca, sob sua administração.
- A Estrada de Santa Inês está fora de nossos limites. Apenas a parte mais alta está inserida na proposta, ainda não oficializada, de zona de amortecimento do parque nacional - diz o biólogo Ernesto Viveiros de Castro, chefe do parque desde 2012.
Com a constatação de que a área não pertence ao parque, as partes aguardam um parecer da 4ª Câmara de Coordenação de Revisão do MP federal para saber se a competência do processo será repassada para o MP estadual.
Advogada da Amaf, Verônica Beker afirma que o fenômeno é comum no local:
- Há muitas ocupações irregulares. Essa não é a primeira denúncia que fazemos, e várias outras estão sem solução. Para nós, está claro que a Estrada de Santa Inês leva a uma floresta. Se a área não é do parque, a quem pertence?
A Secretaria municipal de Urbanismo diz que fará uma vistoria no local e, se forem constatadas irregularidades, tomará medidas administrativas, como notificação, multa e embargo. O órgão não informou de quem é a área.

O Globo, 07/01/2017, Zona Norte, p. 3

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