VOLTAR

Floresta da Cicuta pode se tornar Refúgio da Vida Silvestre

Diário do Vale - www.diariodovale.com.br
31 de Jul de 2010

Elevada à categoria de Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) em 1985 pelo Governo Federal, a Floresta da Cicuta, 25 anos depois, vê a possibilidade de ter a sua importância ainda mais destacada no ano escolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o da Biodiversidade. De acordo com Felipe Sardella, analista ambiental do ICMBio e presidente do Conselho Consultivo da ARIE da Floresta da Cicuta, a área de Mata Atlântica localizada entre Barra Mansa e Volta Redonda pode passar a ser considerada Refúgio da Vida Silvestre. O que, para Sardella, seria mais adequada à realidade da floresta.

- Já temos informações, que precisam ser confirmadas, mas nos parece que a diversidade de animais ali é muito maior do que se imagina. Além de promover a melhoria da qualidade do ar, a expectativa é tornar a Unidade de Conservação (UC)um local de encontro íntimo da população com a natureza, de educação ambiental e de campus de estudos para as Universidades. Para que tudo isso funcione, é preciso não só recategorizá-la, mas ampliá-la e também estamos estudando o melhor meio de se fazer isso - explicou.

Entre os animais encontrados na Cicuta, estão o Bugio Ruivo (Allouata hoge) e o Cágado de Hoge (Phrynops hogei); na área de 1.312.800,58 m² também são encontrados plantas e árvores como o Jequitibá (Cariniana sp.), o Uriame (Soracea hilarii), espécie quase extinta, e a Figueirinha Capricórnio (Dorstenia capricornia), planta rara e típica da região do Médio Vale do Paraíba. Com o objetivo de preservar a fauna, flora e mananciais do local e promover uma série de estudos, a ARIE da Cicuta mantém parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Além das parcerias, desde 2007 existe um Conselho Consultivo implantado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), formado por representantes do poder público, órgãos não governamentais e sociedade civil.

'Importância sem igual'
Com a impressionante perda de área nativa da Mata Atlântica desde o início da colonização, cinco séculos atrás, a manutenção das áreas ainda existentes se torna primordial. A Cicuta dispõe de uma raridade em termos de mata nativa, apresentando uma diversidade de espécies em espaço reduzido, mas mesmo assim resquício valiosíssimo de Mata Atlântica.

- Considerando o rol de Unidades de Conservação que o ICMBio gere em todo país, a Floresta da Cicuta pode ser considerada pequena. Mas quando olhamos com mais cuidado vemos que sua importância é sem igual. Se considerarmos os fatores bióticos, ela representa o maior fragmento de floresta estacional semidecidual (vegetação típica da Mata Atlântica), um tipo de floresta praticamente extinto - destacou Sardella.

Ciente da responsabilidade e da importância de manter preservado um bioma tão particular, a prefeitura de Barra Mansa se mantém ativa junto ao Conselho Cosultivo da ARIE da Cicuta, como explica Denival da Costa, gerente de Unidade de Conservação da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Barra Mansa e vice-presidente do Conselho.

- Cabe ao Conselho Consultivo participar de todas as decisões referentes à ARIE Floresta da Cicuta, contribuindo, sobretudo, para a efetiva implantação e cumprimento dos objetivos de criação da Unidade de Conservação, participar da elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo, buscar a integração da U.C. com as demais unidades e entorno, compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais que o compõe e divulgar as ações, projetos e informações sobre a ARIE - explicou Denival.Situada dentro dos limites da Floresta Santa Cecília, de propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Floresta da Cicuta tem 85% de sua área em território barramansense, com os 15% restantes situados em Volta Redonda.

http://www.diariodovale.com.br/noticias/15,25582,Floresta-da-Cicuta-pod…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.