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Flora nativa recupera a paisagem da USP Leste

JT, Cidade, p. A7
25 de Set de 2004

Flora nativa recupera a paisagem da USP Leste
Dentro da proposta ambiental do campus da universidade também fazem parte o reúso de parte do esgoto tratado e a recuperação do lixo orgânico, que servirá como adubo

Luisa Paiva

O projeto de paisagismo da nova unidade da Universidade de São Paulo, a USP Leste, que terá alguns cursos ligados à ecologia, como gestão ambiental e licenciatura em ciências da natureza, quer recuperar a flora original da área, hoje desmatada, replantando árvores nativas, arbustos e forrações.
Ainda nessa proposta ambiental, a universidade terá um projeto piloto de reúso da água, onde parte do esgoto produzido no campus, depois de tratado, será usado para a irrigação das plantas. O lixo orgânico também será reaproveitado gerando o adubo que alimentará a vegetação.
O espaço da universidade se divide em duas áreas, chamadas de glebas, separadas pela empresa Belgo Mineira. A gleba 1, onde será aplicado o projeto de paisagismo e construídos os prédios, tem 260 mil m2. A gleba 2, com 1 milhão de m2 de mata preservada, servirá de laboratório de pesquisa, terá um núcleo de preservação e outro de recuperação das áreas urbanas degradadas próximas ao Rio Tietê.
A primeira fase do projeto, que abrange 100 mil m2 e deve estar pronta no dia 15 de dezembro, começará a ser implantada em cerca de 50 dias, quando a terraplenagem estiver completa e o projeto licitado. "A terra original não é produtiva. Terá de ser feita uma recuperação do solo com terra vegetal", conta Márcia Regina Mauro, engenheira agrônoma responsável pela elaboração do projeto.
Atualmente, o terreno tem apenas uma escassa mata ciliar - árvores que se localizam nas margens dos dois córregos locais. Ela será enriquecida com 1.791 mudas de árvores nativas. Dois grandes bosques, um de cada lado do prédio principal, terão áreas com bancos, que trarão conforto aos alunos.
Junto à avenida principal, haverá uma alameda com árvores de grande porte, que poderão ser vistas da Rodovia dos Trabalhadores. "Será uma forma de identificar a universidade pelo lado de fora", explica Márcia. Em três anos, as árvores terão até 3 metros de altura.
Muita grama e uma cerca viva ao redor do campus completam a primeira fase de recuperação da flora. "O objetivo é diminuir o ruído, a poluição e a temperatura, além de ornamentar e aumentar a fauna. Queremos tornar o ambiente bonito e agradável", diz Márcia.
No total, serão plantadas 2.889 mudas de árvores nativas, com mais de 93 espécies, entre ipês, baguaçu, pau-brasil e peroba. Foram escolhidas árvores que dão flores em diferentes épocas do ano para manter o campus sempre colorido. A escola de agricultura da USP já doou 300 mudas.

JT, 25/09/2004, Cidade, p. A7

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