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Fiscalização no Pará apreende mais de 300 metros cúbicos de madeira

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Izabela Ribeiro
03 de Mai de 2010

Uma fiscalização realizada na Reserva Extrativista (Resex) Gurupá-Melgaço, Pará, apreendeu mais de 300 metros cúbicos de madeira beneficiada e em toras extraída ilegalmente da unidade de conservação. Durante a operação, intitulada Entranha do Marajó e executada em março, foram aplicados R$ 283 mil em multas por extração ilegal, por destruição da floresta e por transporte sem licença ambiental.

A operação, que contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá, foi resultado de uma parceria entre Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama e Batalhão de Polícia Ambiental do Pará (BPA). De acordo com o analista ambiental na Resex, Rafael Caldeira Magalhães, amparados pelo Artigo 44 da Instrução Normativa (IN) n 06/2009, do Instituto, os agentes inutilizaram o maquinário de madeireiras, como móveis do tipo Induspan.

Parte da madeira apreendida, cerca de 20 metros cubicos produto já beneficiado, estava numa embarcação. Outros 250 metros cúbicos de madeira beneficiada foram apreendidos juntamente com cerca de 50 metros cúbicos de toras. Os agentes de fiscalização embargaram uma serraria e destinaram, por meio de ato sumário, 60 metros cúbicos de madeira à Cooperativa Agroextrativista e para a prefeitura de Gurupá.

Rafael Magalhães disse que uma das principais missões da Operação Entranha do Marajó era a de combater a exploração ilegal de madeira na floresta, sobretudo, na região marajoara. Ele afirma que, desde 2009, o ICMBio e o Ministério Público Federal do Pará vêm recebendo denúncias de extração de madeira na área da Resex Gurupá-Melgaço.

"Essas denúncias mostravam que o patrimônio natural dessa unidade de conservação vinha sendo destruída por madeireiros externos à área, que a invadiam, exploravam as populações tradicionais, retiravam a madeira e a beneficiavam por meio de madeireiras móveis do tipo Induspan (com serras verticais e horizontais de rápida mobilidade)", informa o analista ambiental.

A resposta a essas denúncias, segundo Magalhães, foi a realização da Operação Entranhas do Marajó. A unidade situa-se numa área de difícil acesso. A rota para acessá-la obrigava os agentes a passar pelo furo (trecho de água, em meio a arvoredos e plantas aquáticas, passível de ser navegado, pelo qual rios, ou rios e lagos, se comunicam) de Breves, pelo rio Tajapurú e o rio Amazonas. Mas os maiores problemas ambientais da Resex, provocados pela indústria ilegal de madeira, foram localizados no rio Pucuruí , "é lá que existem as madeireiras ilegais que são verdadeiras pragas da floresta amazônica marajoara", diz ele.

Um dos instrumentos mais valiosos na detecção e identificação das madeiras móveis é o sobrevôo que proporciona às equipes de fiscalização executar o mapeamento da unidade, identificar as estradas nas quais escoam a madeira ilegal e as áreas desmatadas.

Dois dias de sobrevôo foram suficientes para se perceber o estrago feito por um grupo de madeireiros ilegais, os quais, de acordo com Magalhões, foram desarticulados nessa operação de fiscalização ambiental. Ele esclarece que "é importante destacar que o serviço de inteligência da equipe e a identificação das madeireiras no local foram também fundamentais para os o sucesso da operação", disse.

http://www.icmbio.gov.br/index.php?ie=yes

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