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Fiscais apreendem madeira ilegal na Reserva Extrativista Verde para Sempre/PA

Ibama
Autor: Sandra Sato e Edson Gillet
10 de Mar de 2005

O Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis apreendeu 2.852 metros cúbicos de madeira em toras, retiradas ilegalmente da recém-criada Resex - reserva extrativista Verde para Sempre, localizada no município de Porto de Moz (PA). A operação, realizada neste fim de semana em conjunto com o Exército e a Polícia Federal, flagrou também uma balsa carregada com 800 metros cúbicos de toras que o Ibama está checando a autenticidade dos documentos apresentados pelo condutor.

A fiscalização na reserva integra o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia. Este ano é a segunda grande apreensão de madeira dentro da área da Verde para Sempre, totalizando 4.052 metros cúbicos. Desta vez, o Ibama multou o fazendeiro Wagner Lazarini em R$ 1,14 milhão por desmate ilegal em reserva protegida por lei. Os fiscais suspeitam que as toras seriam levadas para beneficiamento em serrarias clandestinas na região do Xingu.

O presidente do Ibama, Marcus Barros, defende novas operações na Verde para Sempre. "As unidades de conservação são nosso tesouro, últimas trincheiras de preservação e de obstáculo ao desenvolvimento predatório, onde se pode reduzir os danos ambientais."

Barros avisa que não é possível continuar a explorar recursos florestais, na área de 1,3 milhão de hectares da Verde para Sempre, como vinha sendo feito antes de novembro de 2004 quando se criou a reserva. Ele espera sensibilizar a opinião pública de que a unidade de conservação de uso sustentável deve ser um exemplo de como a indústria madeireira pode explorar os recursos de forma sustentável por meio de manejo.

As atividades econômicas em uma reserva extrativista deverão ser aprovadas pela comunidade, que detém o direito de uso exclusivo dos recursos naturais da reserva. As famílias que, tradicionalmente, vivem na região poderão comercializar madeira extraída da reserva, mas desde que a opção tenha sido acordada entre toda a comunidade e que siga plano de manejo previamente autorizado.

Valorizada - A maioria da madeira apreendida na reserva extrativista Verde para Sempre era de maçaranduba e muiracatiara. O chefe do escritório regional do Ibama em Altamira, Elielson Soares Farias, informa que o metro cúbico dessas espécies é comercializado a R$ 400,00 ou R$ 500,00.

Elielson participou da fiscalização em Porto de Moz. Segundo ele, foram localizadas duas esplanadas - áreas desmatadas - dentro da reserva. Aparentemente, uma das áreas tinha plano de manejo. Mas a outra estava sem autorização. O Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz foi nomeado fiel depositário das toras apreendidas na margem esquerda do rio Gipuru, afluente do rio Acari.

Homens do Ibama, do Exército e da Polícia Federal ainda sobrevoaram áreas próximas para checar denúncia de que outras mil árvores tinham sido derrubadas irregularmente na região. Não foi possível comprovar a informação, mas a equipe deve retornar ao local.

O chefe do escritório disse que o desmatamento na Verde para Sempre foi acelerado com a notícia de criação da reserva e da suspensão de planos de manejo autorizados anteriormente. Segundo apurou, houve casos de madeireiros que colocaram 30 homens equipados com motosserras para derrubar uma grande quantidade de árvores em curto espaço de tempo.
((Sandra Sato e Edson Gillet-Ibama-Brasília-DF-10/03/05)

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