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A Festa de ressurgimento dos índios Katokinn

Siloé Amorin
Autor: Siloé Amorin
13 de Fev de 2003

Nos dias 25 e 26 de setembro, o povo indígena Katokinn, da periferia do município
de Pariconha, em Alagoas, fez sua primeira apresentação como índios.
O estado de Alagoas, até 98, contava apenas com seis povos indígenas diferenciados cultural
e etnicamente: Kariri-Xocó, Xukuru- Kariri, Tingui-Botó, Karapotó, Wassu e Geripankó. Com o
ressurgimento indígena, mais de quatro povos surgiram em Alagoas e Pernambuco.
Mesmo estando misturados à população regional de Pariconha, os Katokinn nunca deixaram
de praticar alguns rituais, como o toré e outros rituais religiosos de cura e comunicação com
seus ancestrais.
Os Katokinn ultrapassam o número de 400 pessoas que se auto-reconhecem e são
reconhecidos pela sociedade local como indígenas. Contudo, ainda não são reconhecidos
oficialmente como indígenas pela Funai, que requer para conduzir tal formalidade o laudo
antropológico. Dependendo da vontade política e administrativa do órgão e do antropólogo, o
reconhecimento pode sair em dois meses, caso contrário pode demorar décadas. Neste caso,
a efetivação da "perícia antropológica" irá depender basicamente da luta indígena e do apoio da
sociedade civil organizada.
Estiveram presentes na apresentação lideranças indígenas, estudantes, antropólogos,
representantes do Cimi, professores, religiosos, políticos e a sociedade local.
O ressurgimento dos Katokinn e de outros povos, é uma forma de apresentar à sociedade os
aspectos culturais visíveis dos povos indígenas do sertão alagoano, suas demandas em busca
de soluções para a falta de terra e a luta pela continuidade étnica de seu povo

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