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Federal prende mais um suspeito de matar índio

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
05 de Fev de 2003

Mais um funcionário da Fazenda Brasília do Sul, apontado como um dos envolvidos no assassinato do cacique guarani Marcos Veron, ocorrido no dia 12 de janeiro, foi preso pela Polícia Federal de Naviraí. A detenção aconteceu na útima segunda-feira, por volta das 9h, na sede da fazenda, que se encontra invadida pelos índios.
Trata-se de Jorge Cristaldo Insabralde, que estava com mandado de prisão decretado pela Justiça Federal. Com ele, já são três funcionários suspeitos de participar do crime. Os primeiros a serem detidos, Estevão Romero e Carlos Roberto dos Santos, encontram-se na cadeia pública de Naviraí. A informação é que ainda estariam foragidos o administrador da fazenda, Nivaldo Alves de Oliveira, e outro funcionário, Talison Mezenga Teixeira.

Sigilo
As investigações sobre o assassinato de Marcos Veron estão sendo desenvolvidas sob segredo de justiça. Nem mesmo os advogados das partes envolvidas estão tendo acesso aos depoimentos e aos levantamentos. A solicitação foi encaminhada à Justiça pelo próprio delegado que comanda as investigações, João Carlos Girotto, da Polícia Federal de Naviraí.
O Ministério Público Federal informou ontem ao Correio do Estado que o segredo de justiça é uma forma de impedir prejuízos durante a fase do inquérito policial, principalmente quando o assunto é de interesse público. É o caso do assassinato de Veron e das demais denúncias de espancamento e tentativa de homicídio, que teriam acontecido na mesma noite contra outros índios que estavam com o cacique.
Os procuradores da República em Dourados explicaram que o processo está ainda em fase de investigação, coleta de provas testemunhais e documentais, o que significa que até agora não existem acusações. Portanto ainda não é o momento de apresentação de qualquer tipo de defesa. A acusação só é feita quando o relatório chega ao Ministério Público que se encarrega de oferecer ou não a denúncia.
O segredo, solicitado pela Polícia Federal, foi determinado pela Justiça Federal com concordância do Ministério Público. Os procuradores justificam que por se tratar de um caso bastante complicado e de grande repercussão, o segredo garante tranquilidade para a polícia desenvolver seu trabalho e reunir todos os subsídios necessários para o esclarecimento dos fatos.
A morte de Marcos Veron aconteceu depois que sua comunidade decidiu voltar a ocupar a Fazenda Brasília do Sul, no município de Juti, de onde havia sido expulsa há pouco mais de um ano. A propriedade está sendo reivindicada pelos índios, sob a alegação de que no local havia uma aldeia onde viveram seus antepassados e, portanto, seria terra indígena.

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