VOLTAR

Fazendeiros estão se armando

Diário de Cuiabá-Cuiabás-MT
11 de Abr de 2003

Persiste o impasse envolvendo os cerca de 200 índios da etnia Xavante que invadiram e saquearam fazendas na região de Primavera do Leste (220 quilômetros de Cuiabá) na última terça-feira (8). Eles prometem manter o controle sobre as propriedades enquanto não derem resultado as buscas pelo índio Joaquim Maratuho, desaparecido há 10 dias.

Agentes das polícias Militar, Federal e Civil estão desde anteontem a vasculhar as fazendas invadidas, Suspiro, Rica 2 e Sonho Dourado, cujas áreas fazem divisa com a área Sangradouro. Até o helicóptero da PM foi empregado na tarefa que, até o fechamento desta edição, não havia revelado pistas do paradeiro de Maratuho, de 72 anos. Os xavantes acreditam que ele tenha sido assassinado por peões de uma das fazendas invadidas, quando pescava na região.

Além do controle sobre as terras, os índios se apoderaram de camionetes, carros, caminhões e tratores. Ontem, a Polícia Rodoviária Federal conseguiu reaver três tratores no momento em que os índios tentavam levá-los à aldeia.

Em situação semelhante, a Polícia Civil de Novo São Joaquim recuperaram uma carreta com quatro toneladas de soja. O utilitário foi encaminhado à Delegacia Regional de Barra do Garças, onde será entregue a Polícia Federal.

Os policiais recuperaram a carreta durante uma diligência no município, quando perceberam que os índios tentavam tirá-la de um atoleiro. "Como se trata de uma ação de índios, cabe agora à Polícia Federal apurar o que aconteceu", disse o delegado João Pessoa.

De acordo com o advogado Darley Camargo, que representa o ex-vice prefeito de Primavera do Leste, Ernesto Ruaro - cujas terras também foram invadidas -, a ameaça de continuidade das ações dos índios está preocupando outros proprietários e pode até mesmo levar a um conflito.

"Nas fazendas invadidas a situação já impossibilita a continuidade do trabalho de colheita. Como o pessoal da PF não está conseguindo manter os índios controlados, muitos fazendeiros já estão se armando para defender suas terras. Um conflito muito grave pode acontecer".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.