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Fantasma do rodízio ainda ronda o Cantareira

JT, Cidade, p. A10
22 de Nov de 2003

Fantasma do rodízio ainda ronda o Cantareira
Sistema opera com 3% de sua capacidade e, segundo a Sabesp, não está livre do racionamento. A companhia, entretanto, tem esperança de descartá-lo com as chuvas de dezembro. Rodízio no Alto Cotia continua

0 risco de racionamento no Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 9 milhões de pessoas na Capital e no Interior, ainda não está descartado. Mas na medida em que a temporada de chuvas se aproxima, as chances se tomam mais remotas. Ontem, o nível das represas do sistema estava em 3% do volume total.

No último dia 17, o Cantareira chegou a ficar com apenas 2,5% de sua capacidade - o pior índice da ,história. Segundo o engenheiro de Recursos Hídricos da Sabesp Hélio Luiz Castro, o nível ainda é preocupante. "Se houver um longo período sem chuvas ou uma queda rápida do volume do sistema, o anúncio do racionamento pode ser inevitável", diz o engenheiro.

Historicamente, dezembro é um mês chuvoso. A média de precipitação fica em tomo de 227,9 milímetros, maior, por exemplo, do que os 161,4 milímetros de novembro. Até ontem, a média deste mês estava próxima do esperado.

Para o engenheiro, as medidas adotadas pela Sabesp também surtiram efeito. A integração de sistemas - troca de água entre represas que estão com maiores volumes - foi uma delas. "Sempre que possível, retiramos água dos Sistemas Rio Grande, Guarapiranga e Alto Tietê e transferimos para o Cantareira", explica. O bombardeamento de nuvens e a economia da população também colaboraram, segundo o engenheiro.

De acordo com Castro, se a média de chuvas atingir o patamar esperado, o Sistema Cantareira terá condições de se recuperar para o próximo período de seca. A Sabesp espera que, até o fim de maio, as represas tenham volume suficiente para isso. "Não precisamos chegar a 100% da capacidade. É importante que o índice esteja sob controle." Em dias de calor, o consumo das represas chega a ser 10% maior.

A companhia ainda não tem previsão de quando os moradores abastecidos pelo Sistema Alto Cotia ficarão livres do rodízio, mas adianta que isso não ocorrerá neste mês. Desde 22 de outubro, quando o racionamento entrou em vigor, o nível do Cotia tem se mantido estável - em torno de 5,5%.

Segundo Castro, esse é um sinal de que o esquema do rodízio - 36 horas com água e 36 horas sem - é adequado. O fim do racionamento, de acordo com a companhia, também vai depender das chuvas.

Na Baixada, garantido o abastecimento
já o abastecimento para os municípios de Santos, São Vicente e Cubatão não deve sofrer racionamento, mesmo se houver estiagem na temporada de verão. A Sabesp informa que o volume de água nos mananciais da região é satisfatório e deve ser suficiente tanto para a população local quanto para a flutuante - turistas que freqüentam a Baixada Santista nos meses de dezembro e janeiro.

JT, 22/11/2003, Cidade, p. A10

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