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Famílias nos beiradões do Rio Amazonas aguardam ajuda humanitária

A Crítica(AM) - http://acritica.uol.com.br/
Autor: Jonas Santos
27 de Out de 2010

As famílias que padecem com a seca nos beiradões do Rio Amazonas, onde a vazante deste ano já é recorde, aguardam pela ajuda humanitária da Defesa Civil Estadual. Os agricultores vivenciam o isolamento, a falta de transportes, desabastecimento de água potável e perdas na produção agrícola. Outro problema que se abateu é que este auxílio está demorando muito a chegar. Na Região do Baixo Amazonas as cidades de Barreirinha, Parintins, Nhamundá e Boa Vista do Ramos estão em situação crítica. "Sabemos do esforço que a Defesa Civil de Parintins está fazendo. Já vieram aqui, cadastraram os moradores, tiraram fotos, mas é que o socorro está demorando demais da conta", disse ontem o líder comunitário Antônio Carvalho, morador da comunidade do Paraná de Parintins de Baixo.

Nesta região do Paraná, os deslizamentos de terra são frequentes e os agricultores temem que a comunidade toda seja devastada pelo "fenômeno terras caídas". Todo o solo está comprometido com rachaduras. "Os desmoronamentos ameaçam também atingir igrejas e prédios públicos", completou o pescador. "A situação está difícil: não tem alimento, não tem água e as crianças estão adoecendo", disse a agricultora Marly Prata, da comunidade Ilha das Onças, no Município de Parintins.

Em Barreirinha, 52 comunidades das reservas indígenas da etnia Sateré Mawé estão afetadas. Os índios de localidades como Molongotuba, Vila Nova, Ponta Alta estão à espera de ajuda dos governos. " Está ruim para todos. A situação é de calamidade", comentou o presidente do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM), Derli Batista. No total A Defesa Civil deste município registrou 92 localidades atingidas pela vazante. Em Parintins, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil já cadastrou 1.350 famílias de 47 comunidades atingidas pela seca do Rio Amazonas. A estimativa é de que três mil famílias estejam passando pelas mesmas dificuldades.

Os ribeirinhos estão apreensivos porque a vazante se estenderá até meados do mês de novembro, e a previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é de que o nível do rio continuará a baixar ainda mais. Mas na segunda-feira, a régua fluviométrica da Capitania dos
Portos de Parintins marcou 1,76 negativo. Em 2005, neste mesmo período, a régua atingia 1,15 negativo. Ainda ontem, a Defesa Civil comunicou que o leito do rio subiu 5cm. A CPRM informa que o Rio Amazonas tem a maior vazante registrada, desde quando o órgão começou a monitorar o movimento das águas na região, a partir de 1970.

Seis dias sem porto
Parintins está há seis dias sem porto. O local que funcionava provisoriamente foi interditado e o porto oficial também está com as operações suspensas até dezembro. O provisório ameaçou desmoronar e o oficial passa por reforma porque inundou na última enchente do Rio Amazonas. A Sociedade de Navegações Portos e Hidrovias ( SNPH ) não tinha até ontem um lugar para a atracação de embarcações e o embarque e desembarque de cargas e passageiros. A Prefeitura de Parintins indicou a rampa do mercado Central, mas o lugar precisa de aprovação da Marinha e da própria SNPH. Em Barreirinha, o porto também está interditado depois um deslizamento de terra. Hoje, um geólogo da CPRM, realiza uma vistoria técnica na orla da cidade do Paraná do Ramos.

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