VOLTAR

Famílias invasoras já deixam terra indígena de forma voluntária após operação, diz governo

FSP - https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2023/10
16 de Out de 2023

Famílias invasoras já deixam terra indígena de forma voluntária após operação, diz governo
Caminhão do Incra tem carregado mudanças daqueles que saem pacificamente do território Apyterewa

Mônica Bergamo
16.out.2023 às 8h55
Atualizado: 16.out.2023 às 11h10

Quatro famílias já teriam aceitado, de forma voluntária, se retirar da Terra Indígena Apyterewa, um dos territórios alvos da operação de desintrusão comandada pelo governo Lula. De acordo com a gestão federal, os moradores considerados invasores têm recebido ajuda para transportar seus pertences.

A ação busca remover pessoas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa e Trincheira Bacajá, localizadas no Pará. De acordo com o governo, a presença de não indígenas tem ameaçado a integridade de povos originários e das florestas.

Além do STF (Supremo Tribunal Federal), a operação conta com o aval da PGR (Procuradoria-Geral da República) e da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Segundo o governo, cerca de 2.500 indígenas parakanãs, mebengôkres kayapós e xikrims habitam as duas terras. Eles estão divididos entre os municípios paraenses de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio.

No sábado (14), um caminhão do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) levou para a cidade de Ourilândia, também localizada no Pará, móveis, eletrodomésticos e demais pertences de três famílias que viviam ilegalmente na terra Apyterewa, em uma vila batizada como Renascer.

Primeira a deixar o território de forma voluntária, a dona de casa Lucienete Pereira Bastos teria relatado a agentes que participam da operação que morava na vila Renascer para cuidar da casa "de uma outra pessoa".

Os moradores que se voluntariarem para deixar o território são deslocados dentro do limite de até 150 km de distância. Pedidos de agendamento de mudanças ainda são recebidos, e o governo federal se compromete a oferecer apoio policial a todos os que desejam sair pacificamente da terra indígena.

O Incra também tem realizado consultas para checar se os moradores podem ser incluídos no programa de reforma agrária.

A estimativa de coordenadores da operação é que a invasão nas terras envolve 15 mil pessoas, uma quantidade cinco vezes maior do que a população de povos originários. As famílias estariam envolvidas em atividades ilegais na região, como criação de gado e garimpo.

No início deste mês, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, homologou a operação de desintrusão em sua íntegra, sem fazer ressalvas.

O ministro determinou que, ao fim dos trabalhos, parte do efetivo permaneça no local para evitar que invasores voltem às terras indígenas ou então que haja eventuais represálias contra as comunidades.

Barroso ainda ordenou que, para além da desocupação, "se adotem medidas de cunho social, que permitam amparar eventuais grupos em situação de vulnerabilidade social afetados pela medida, bem como dar-lhes alternativa econômica".

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2023/10/familias-in…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.