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Falta pesquisa no setor canavieiro

CB, Economia, p. 20
19 de Mai de 2007

Falta pesquisa no setor canavieiro
Presidente da maior associação de produtores de álcool alerta que o Brasil não pode se acomodar

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, criticou os baixos investimentos brasileiros na área de pesquisa do setor sucroalcooleiro. "0 que se investe é uma ninharia, brincadeira de criança, perto do que é necessário e do risco que temos à frente para manter a liderança no segmento", comentou ele, ao participar de debate em Ribeirão Preto (SP).
Pereira de Carvalho acrescentou que mudar essa situação requer esforços conjuntos do setor público e privado. 'Vivemos uma euforia, mas cabe alertar que nem tudo são flores no caminho. 0 setor não pode se acomodar, até porque os Estados Unidos, que também produzem etanol, além dos altos investimento em pesquisa, têm um fantástica capacidade cientifica', salientou.
Ele lamentou, ainda, o fato de os produtores não poderem dispor de variedades geneticamente modificadas para garantir vantagens competitivas. "A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou nesta semana uma variedade de milho transgênica e esperamos que cultivares de cana também possam ser liberadas. Mas sou cético porque não vejo empenho dos governantes para fazer isso acontecer (na cana). Há muito discurso demagógico de quem é contra o progresso", afirmou.
Produção
Segundo ele, o Brasil produz entre 80 e 90 toneladas de cana por hectare com a cana convencional. A produtividade poderia atingir até 200 toneladas por hectares com as novas variedades transgênicas.
Pereira Carvalho destacou que a cana-de-açúcar tem sustentabilidade ambiental e social. Segundo ele, a sustentabilidade ambiental não faria sentido se a cana não tivesse sustentabilidade econômica. "Somos competitivos como ninguém no mundo e é isso que provoca tarifas e barreiras. Não podemos nos acomodar."
Ele ressaltou ainda a responsabilidade social das usinas, que estariam cumprindo a rigor as legislações atuais. "Não' são pequenos exemplos contrários a isso que trarão nódoa à evolução social que o setor tem promovido", disse ele, referindo-se às notícias sobre as más condições de trabalho nos canaviais.

CB, 19/05/2007, Economia, p. 20

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