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Falta de critério único atrasa reconhecimento

OESP, Nacional, p. A10
21 de Jun de 2009

Falta de critério único atrasa reconhecimento
Processo do Cafundó, iniciado no Itesp, teve de seguir para o Incra e voltou à estaca zero

José Maria Tomazela, SALTO DE PIRAPORA

Uma divergência entre o Incra e o Itesp quanto aos critérios a serem utilizados contribuiu para a demora no reconhecimento e titulação das terras de quilombos como o Cafundó. De acordo com o Itesp, o Incra não aceita que o reconhecimento seja feito pelo órgão estadual em áreas particulares, apenas em terras devolutas, que podem ser revertidas para o Estado.

O Itesp conduziu o processo de reconhecimento do Cafundó até chegar na parte das terras. A área reconhecida como original dos descendentes da escrava Ifigênia estava na posse de particulares titulados e a questão foi repassada para o Incra. O processo foi praticamente reiniciado. "Para solucionar o caso, é necessária uma ação do Governo Federal, pois apenas a União tem o poder legal de intervenção em áreas particulares", informou o Itesp.

Já o Incra alegou que o processo administrativo de reconhecimento e titulação da comunidade de Cafundó está em Brasília aguardando o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somente quando sair a publicação do decreto será ajuizada a desapropriação. De acordo com a assessoria de imprensa, não há previsão de prazo para titulação, já que o processo de perda de propriedade depende de decisão judicial.

No caso dos Camargos, em Votorantim, o próprio Itesp já constatou que a área ocupada é particular. "É necessário que o Incra realize a ação de desapropriação para que o Itesp possa dar início ao trabalho de reconhecimento. A partir desse ponto - mesmo antes do reconhecimento se efetivar - o Itesp já começa a dar assistência às comunidades, em caráter emergencial, como faz atualmente em três comunidades em processo de reconhecimento", informou, em nota, o Itesp.

OESP, 21/06/2009, Nacional, p. A10

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