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Extrativistas da Amazonia Mato-grossense lutam pela ampliação da reserva

Rede Vida
04 de Jun de 2001

Os seringueiros dos vales dos rios Guariba e Roosevelt, localizados no extremo noroeste de Mato Grosso, no município de Aripuanã, são personagens remanescentes da história de exploração da borracha nativa na Amazônia brasileira. Oriundos do nordeste brasileiro, do Peru e Venezuela, miscigenado com índios da região, desenvolveram práticas de coleta, extrativismo, agricultura, caça e pesca constituem as principais atividades econômicas e de manejo da biodiversidade local. Contudo a cultura desses seringueiros estão seriamente ameaçados pela indefinição, por parte do governo estadual, de uma área adequada para o extrativismo.
A associação dos seringueiros dos rios Guariba Roosevelt lutam há 12 anos pela legalização de uma área condizente com sua realidade e desejos. Entretanto, o máximo que conseguiram do governo foi a Reserva Extrativista (Resex) Guariba-Roosevelt criada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), em 1996. Com cerca de 57 mil hectares a reserva comporta parcialmente apenas sete das 40 das "colocações" dos seringueiros: ou seja, a maioria das roça, os castanhais, os seringais nativos e os locais privilegiados de pesca, coleta e outras atividades de subsistência estão fora das reservas.

Para o presidente da Associação dos Seringueiros dos rios Guariba e Roosevelt, Everaldo Dutra, a reserva Guariba-Roosevelt, "está sofrendo sérios problemas para sobreviver porque não tem apoio do governo. Falta-nos assistência técnica, recursos para produzir e meios para comercializar o que produzimos", desabafou. Como alternativas para minimizar o problema, a associação tem uma série de reivindicações, que incluem a revisão dos limites da resex e sua implementação, um plano de fiscalização emergencial para o interior e o entorno da reserva proposta e a elaboração de um plano de manejo.

As reivindicações dos seringueiros são reforçadas no "Estudo para Implantação da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt" realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas do Pantanal, Amazônia e Cerrado (GERA/UFMT), Operação Amazônia Nativa (OPAN) e Associação dos Seringueiros do Guariba-Roosevelt. Concluído em 1997 e financiado pela Fema, o estudo reafirmou a necessidade da ampliação da reserva. A importância de se definir uma área de Reserva Extrativista que garanta as formas sustentáveis de exploração dos recursos, as singularidades culturais e oferecendo reais possibilidades de sobrevivência, é indispensável para a continuidade dessa população no local e à manutenção de modos de apropriação do ambiente amazônico menos agressivo.

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