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Exposição 'Índios: Os Primeiros Brasileiros' chega a capital

A Tarde- http://atarde.uol.com.br
Autor: Eduarda Uzêda
29 de Jun de 2016

A festa do 2 de Julho, que vai comemorar os 193 anos de Independência da Bahia e do Brasil, contará, na programação, com uma exposição itinerante muito especial. Trata-se de "Índios: Os Primeiros Brasileiros", que revê a história do país assinalando a participação dos nossos primeiros habitantes.

A mostra, que será aberta sábado, às 17h30, no Museu de Arqueologia e Etnologia, quando também se festejam os setenta anos da Universidade Federal da Bahia, não deixará de homenagear dois grandes símbolos fundamentais da data cívica baiana: o caboclo e a cabocla.

A exposição tem concepção e curadoria do antropólogo João Pacheco de Oliveira, professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e curador das Coleções Etnográficas do Museu Nacional, uma das maiores autoridades sobre a questão indígena brasileira.

Painéis e peças

"São 100 painéis com reprodução de imagens e documentos e cerca de 200 peças indígenas contemporâneas da Região Nordeste. Teremos também um vídeo documentário com depoimentos de mulheres indígenas sobre a sua participação na construção da identidade étnica, com duração de 15 minutos", informa João Pacheco.

O visitante poderá desfrutar, ainda, de cinco ambientes sonoros compartilhados em 10 espaços ("Primeiros Brasileiros", "O Encontro", "A Construção de Salvador", "A Armadilha da Colonização", "O Abrigo Missionário", "A Extinção dos Aldeamentos", "Mundo Indígena", "Mundo Religioso", "Sala de Vídeo" e "Reivindicações Contemporâneas").

O objetivo é oferecer ao público imagens e informações de natureza histórica e cultural, apresentando as culturas indígenas como algo vivo e dinâmico. "Esta exposição é muito especial, pois trabalhamos com o início da história do país", acrescenta Pacheco.

Ao visitante é proposto um passeio pela história do Brasil, com foco nas diferentes formas pelas quais os índios foram vistos e incorporados ao processo de construção nacional.

Nova equação

O diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Ufba, Claudio Pereira, afirma que "esta exposição propõe uma nova equação, frente aos índios do litoral, justamente aqueles que mantiveram contato com as hordas de homens que chegavam de além mar, e que traziam a ideia de um Estado colonial a ser construído...".

"Foram estes primeiros povos, que se situavam numa densa fronteira, a um tempo simbólica (que faziam com que estes índios fossem moralmente outros, culturalmente incompreensíveis, etnicamente diferenciados) e a outro tempo real (considerando-se a intransponibilidade das florestas, dos ambientes inóspitos, da necessidade de outras formas de adaptabilidade)", complementa.

Para Claudio Pereira, "sobre estes povos se compôs toda uma sorte de iconografias, de registros que prevaleceram ocultos ou laterais (ainda que fossem o óbvio), de marcas inolvidáveis da memória (ainda que sofrêssemos de uma amnésia cultural seletiva, e ingrata), e que a exposição busca dar relevância".

Claudio explica que, desde 1824, o caboclo desfila no 2 de Julho (antes representado como um velho índio). Só em 1826 é que surgiu a escultura do índio, que circula até os dias de hoje. Já a cabocla aparece bem depois, com mais de duas décadas do desfile. Vale registrar, ainda, que "Caboclos - Símbolos da Liberdade!" é o tema do 2 de Julho deste ano.

http://atarde.uol.com.br/cultura/exposicao/noticias/1782399-exposicao-i…

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