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Expedições científicas revelam detalhes do maior parque tropical do planeta

Conservação Internacional (CI-Brasil)
28 de Nov de 2005

Cerca de 660 espécies da fauna e flora foram encontradas nas quatro expedições científicas ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (Parna), o maior parque de florestas tropicais do mundo. Cada expedição durou, em média, 21 dias e ao todo foram percorridos quase 4.000 quilômetros, vários deles até então conhecidos apenas por imagens aéreas. As intensas semanas de pesquisas geraram muitas informações sobre a biodiversidade de um dos locais menos estudados do planeta incluindo registros de espécies ainda não catalogadas no Brasil e animais ameaçados de extinção.

O objetivo é mapear a riqueza biológica do local, para que os dados possam subsidiar as políticas de conservação e a elaboração do plano de manejo do Parna. As expedições foram realizadas por especialistas do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), por analistas ambientais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Amapá (Ibama) e com o apoio da organização não-governamental Conservação Internacional (CI-Brasil).

Mais de 47 espécies de mamíferos não voadores, entre eles a onça pintada e o macaco cuxiú (Chiropotes satanas), ameaçado de extinção, já foram catalogadas desde da primeira expedição que aconteceu em outubro de 2004. As quatro expedições ao Parque Nacional do Tumucumaque registraram 46 das 150 espécies de morcegos conhecidas na Amazônia. Os pesquisadores encontraram ainda mais de 32 espécies de sapos e rãs, 27 espécies de lagartos, 24 de cobras, sendo que duas ainda não haviam sido catalogadas no Brasil.

Para Jucivaldo Lima, herpetólogo, especialista em répteis e anfíbios, os números registrados até o momento colocam o Estado do Amapá como uma das áreas com maior riqueza de espécies de répteis e anfíbios na Amazônia Brasileira. Segundo a botânica Adriana Lobão, o que mais impressionou nas florestas do Parque foi o alto grau de preservação e a grande diversidade, com um elevado número de espécies raras. Foram encontradas espécies de árvores com até 3,5 metros de diâmetro.

Enrico Bernard, gerente do programa da Amazônia da CI-Brasil, destaca a importância dessa iniciativa para a região. Essas expedições fazem parte de um projeto que está sendo feito no Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma região considerada por especialistas de extrema importância para conservação e que até então, tinha sua biodiversidade pouco conhecida e pesquisada”.

O Amapá, em relação a seus vizinhos na Amazônia, é o Estado que tem menor taxa de desmatamento, muito inferior à média da região. Cerca de 90% do território têm sua cobertura vegetal intacta e 56% do estado encontra-se protegidos por unidades de conservação.

O Parque do Tumucumaque, criado em 2002 para proteger a fauna e flora da região, localiza-se no noroeste do estado do Amapá, e tem uma área de mais de 3,8 milhões hectares, o que equivale à superfície do Estado do Rio de Janeiro.

Com um quarto da superfície do Estado, o parque ganhou em novembro a sua primeira sede administrativa, no município de Serra do Navio. O terreno, onde foi construído um complexo de três módulos, doado pela CI-Brasil à gerência do (IBAMA–AP) e à chefia do parque nacional, foi cedido pela Prefeitura Municipal e o Governo do Estado. A sede facilitará o trabalho da equipe responsável pela gestão da unidade e contribuirá para a elaboração de seu plano de manejo” explica, Edivan Barros, gerente regional do Ibama em Macapá.

Fortalecer as Unidades de Conservação do Amapá, desde a elaboração de seus planos de manejo até a construção de infra-estrutura é o principal objetivo das ações realizadas pela parceria entre as instituições envolvidas no projeto de implantação do Corredor de Biodiversidade no estado.

Local: Belo Horizonte - MG
Fonte: Conservação Internacional (CI-Brasil)
Link: http://www.conservacao.org

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