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Expedição avalia criação de sítio geológico no Jalapão

www.to.gov.br
Autor: Edvânia Peregrini
12 de Jun de 2007

Os integrantes da expedição científica realizada por técnicos da CCONS Coordenadoria de Unidades de Conservação do Naturatins Instituto Natureza do Tocantins, em parceria com geólogos da Unesp - Universidade Estadual Paulista, que estiveram na última semana na região do Jalapão, se reuniram na manhã desta segunda-feira, 11, com a coordenadora da CCONS/Naturatins, Marissônia de Almeida, para emitirem relatório sobre a pesquisa de árvores fossilizadas em São Felix do Tocantins. Durante a reunião também foram discutidas ações futuras sobre a geologia do PEJ - Parque Estadual do Jalapão e seu entorno.

A expedição teve como objetivo verificar a existência de madeiras petrificadas no Jalapão, em área próxima a São Félix do Tocantins, bem como, investigar o registro geológico da região e entorno.
O técnico Gino Machado informou que embora ainda não tenha sido elaborado o relatório das atividades de pesquisa de campo, os especialistas da Unesp constataram que não existem vegetais fósseis na região. No entanto, durante a expedição os geólogos Dimas Dias Brito, Rosemarie Davies e Joel Carneiro de Castro concluíram que o Jalapão tem um sistema altamente sensível e vulnerável às ações humanas. A região deve receber uma severa blindagem sobretudo em relação à agricultura de larga escala, intensiva para que não entre em desequilíbrio, com a contaminação das águas superficiais e do lençol freático por agrotóxicos e o assoreamento dos rios, ressaltou Dimas Brito.

Os pesquisadores salientam ainda que essa ação humana resultaria na desertificação da área, no surgimento de imensas voçorocas e na drástica redução da biodiversidade. Há um deserto de areia sob o cerrado. Esta vegetação funciona como um manto estabilizador dos sedimentos que descem natural e continuamente das serras nos últimos milhões de anos. Tocar nestes solos de baixa fertilidade é uma temeridade, é puxar o gatilho para ferir de morte todo o equilíbrio do sistema, acrescenta o pesquisador.

A expedição, que cobriu cerca de 2 mil quilômetros, priorizou a área das dunas na região Sudoeste da Serra do Espírito Santo, pois a área reúne particularidades únicas em todo o país, de especial interesse para as geociências, atuando como um laboratório natural de grande importância para o ensino e a pesquisa.

Os geocientistas informaram ainda que encaminharão proposta à SIGEP- Comissão de Sítios Geológicos e Paleontológicos, ligada à Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, no sentido de elevar a área das dunas à condição de novo sítio geológico brasileiro, a exemplo do que aconteceu com o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins, em Filadélfia.

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