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Expansão do saneamento básico é lenta

OESP, Especial, p. H8
19 de Set de 2014

Expansão do saneamento básico é lenta
Apenas 64,3% das residências do País estão ligadas à rede de esgoto, um aumento de 1 ponto porcentual em relação a pesquisa de 2012

Felipe Werneck / RIO

A expansão da rede coletora de esgoto continua lenta no País. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cobertura chegou a 42 milhões de residências em 2013, o que representa 64,3% do total, incluindo fossas sépticas ligadas à rede. Houve aumento de 1,5 milhão de domicílios em relação a 2012, quando a cobertura era de 63,3%.
O crescimento foi verificado em todas as regiões, mas no Norte do País apenas uma em cada cinco (19,3%) casas estava ligada à rede de esgoto.
Foi a região que apresentou a menor proporção. "O País não está dando a prioridade que deveria dar ao saneamento. Estamos muito mal e não vamos atingir a meta dos Objetivos do Milênio", afirmou o engenheiro ambiental Haroldo Mattos de Lemos, professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ele se referiu à meta estabelecida em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU), de diminuir pela metade, até 2015, o número de pessoas sem acesso a saneamento básico. Em 2001, a cobertura da rede de esgoto no País era de 54,7%.
Lemos, que foi vice-diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cita o atraso de obras do PAC do Saneamento.
Levantamento do Instituto Trata Brasil, que abordou o período de 2009 a dezembro de 2013, mostra que 24% das obras de esgotos do PAC 1 estavam concluídas-considerando a soma dos dois PACs, apenas 19%.
O IBGE reconhece que o avanço é lento. "É um avanço que vem ocorrendo, mas de forma lenta, por se tratar de um investimento de infraestrutura. Até mesmo aqui na Barra da Tijuca (na zona oeste do Rio) alguns condomínios não estão ligados à rede coletora", afirmou a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira.
A região Sudeste apresentou a maior cobertura do serviço, com 88,6% das residências atendidas.
Água. Em 2013, o Brasil tinha 85,3% dos domicílios atendidos pela rede geral de abastecimento de água. A proporção ficou estagnada em relação a 2012, quando o índice foi de 85,4%. No entanto, o número de residências atendidas aumentou em 1,1 milhão, chegando a 55,6 milhões.
"Pode ser que a rede não tenha sido totalizada para o acréscimo de Domicílios que ocorreu no período", disse a gerente da Pnad. No Sul e Sudeste foi registrado aumento de 1,4 e 0,3 ponto porcentual.
Já as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste registraram reduções de 0,1; 0,9 e 1,4 ponto porcentual, respectivamente. Em 2001, a proporção de domicílios atendidos por rede geral de abastecimento de água era de 81,1%.
Lixo. Em relação à coleta de lixo, o número de domicílios passou de 56,6 milhões para 58,4 milhões, alcançando 89,8% do total em 2013, diante dos 88,8% em 2012. A maior expansão do serviço ocorreu na região Nordeste, com crescimento de 5,1%. Foi a região que apresentou a menor proporção de residências atendidas, juntamente com a Norte: 78,5% e 78,8%.Em 2001, a proporção de residências com coleta de lixo no País era de 83,2%.

OESP, 19/09/2014, Especial, p. H8

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