Exoneração no DSEI Porto Velho

Acampados há 15 dias na sede da Fundação Nacional de Saúde em Rondônia, cerca de 200 representantes dos povos indígenas Tenharim, Parintintim, Diahoi, Miranha, Mura, Karitiana, Karipuna, Cassupá, Paumari, Apurinã, Kaxarari e Torá, em conjunto com suas organizações de base, reivindicaram em reunião com os representantes da SESAI e Ministério Público Federal, a exoneração da coordenadora do DSEI de Porto Velho (RO). A revolta das lideranças se deu porque Lindalva Coutinho Queiroz, que estava no cargo há quase quatro anos, não se interessava em executar as ações contempladas no plano do Distrito, levando ao caos a questão da saúde indígena na região.

Na reunião que aconteceu ontem (17), foi deliberado que o DSEI sofrerá uma intervenção, afastando a senhora Lindalva do cargo que ocupava. Foi acordado que virá um representante da SESAI de Brasília para despachar em Porto Velho. A SESAI tem um prazo de 180 dias para regularizar essa situação.

As lideranças denunciaram que suas comunidades sofrem com o descaso e negligência. Segundo elas, a gestora não tem interesse em executar as ações contempladas no plano do DSEI. "No período em que Lindalva ficou à frente do DSEI, por falta de atendimento houve vários óbitos de nossas crianças, jovens e adultos. As receitas médicas não são compradas pelo DSEI, ou os pacientes compram com seus recursos próprios, ou ficam sem realizar o tratamento", afirmaram as lideranças em Nota Pública.

Segundo Marcos Apurinã, coordenador geral da COIAB, que acompanhou as negociações, essa situação que envolvia além da falta de interesse e compromisso da gestora Lindalva, também estava o não repasse dos recursos que estão com a FUNASA. "Acreditamos que a SESAI é um instrumento que nós conseguimos ao longo do tempo. Esse é o papel do movimento indígena. É preciso acompanhar essas demandas. Sabemos que tem acontecido por toda a região inúmeros problemas relacionados à dificuldade de implementação, inclusive pela falta de repasse dos recursos da FUNASA. No geral, a nossa perspectiva de futuro é que sejam resolvidas essas questões que prejudicam os povos indígenas. A exoneração da Lindalva é uma grande vitória para o movimento indígena, e principalmente, para aqueles que estavam sendo prejudicados por essa má administração", disse a liderança.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o DSEI Porto Velho atende aproximadamente 11 mil indígenas, na capital e em comunidades do noroeste de Rondônia, parte do Amazonas e do Mato Grosso.

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