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Exército vai fiscalizar Amazônia

GM, Meio Ambiente, p. A7
14 de Jul de 2004

Exército vai fiscalizar Amazônia

Efetivo de 100 homens atuará contra grilagem e extração de madeira. O Exército começa nos próximos dias a integrar as operações de combate ao desmatamento, grilagem de terras e fiscalização dos recursos ambientais na Amazônia, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Polícia Federal. O Ministério da Defesa assinou ontem um convênio com o Ministério do Meio Ambiente, pelo qual o Exército vai mobilizar mais de 100 homens do Batalhão de Infantaria de Selva e também colocar à disposição 18 helicópteros para ajudar a reduzir a devastação ambiental na região.
O Ministério do Meio Ambiente vai repassar R$ 10 milhões para o Exército integrar as equipes, ainda neste ano. O que levou o governo a mobilizar o Exército para estas operações foi o crescimento da devastação da Amazônia. A área desmatada aumentou 2% no ano passado, em comparação com o ano anterior. Em 2003, foram desmatados 23,7 mil quilômetros quadrados, o correspondente à metade da área do Estado do Rio de Janeiro.
Em abril, quando foi divulgado esse balanço, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prometeu intensificar as ações, e o chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse que buscaria apoio dos militares.
Marina destacou ontem que os helicópteros do Exército aumentam a autonomia dos vôos na Amazônia, o que dá maior alcance às operações em regiões remotas. Alguns helicópteros podem carregar até oito pessoas. Ao trocar a logística militar por transporte aéreo alugado de empresas privadas, o ministério vai economizar 30%, afirmou a ministra. Marina Silva destacou o respeito que o Exército exerce nas regiões amazônicas. "A participação do Exército terá um impacto altamente positivo. Um importante papel de dissuasão dos contraventores", afirmou.
Inquietação
O ministro da Defesa, José Viegas Filho, admitiu que o alto índice de devastação da floresta vinha causando "inquietação" quanto ao desempenho do Brasil em solucionar o problema, com críticas no exterior. "O apoio que o Exército prestará a essa campanha de desmatamento aumentará a confiabilidade com que o governo brasileiro executará essas tarefas", afirmou Viegas.
O ministro confirmou que o Exército vai atuar no combate à grilagem de terras, apreensão de madeiras extraídas de forma ilegal e ações contra a devastação da floresta. A portaria interministerial assinada por Marina e Viegas prevê ainda ações de transporte de agentes públicos e a garantia da segurança. Marina Silva afirmou que os mais de 100 homens do Exército vão ajudar a fazer a segurança das operações.
Grande parte do desmatamento na Amazônia é resultado da expansão da fronteira agrícola, em especial da monocultura da soja. A devastação maior ocorre em Mato Grosso, responsável pela devastação de 10,4 mil quilômetros quadrados no ano passado, quase a metade da área desmatada no País. O Exército vai incorporar a seu acervo os bens adquiridos para a execução das operações de combate ao desmatamento. Esta é uma alternativa das Forças Armadas para reduzir o sucateamento do equipamento.

GM, 14/07/2004, Meio Ambiente, p. A7

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