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Estudo da USP avalia contribuições da agricultura quilombola para a paisagem florestal

Ambientebrasil
23 de Jun de 2010

Estudo da USP avalia contribuições da agricultura quilombola para a paisagem florestal

Por Danielle Jordan / Ambientebrasil

Um estudo realizado pelo Instituto de Biociências, IB, da Universidade de São Paulo, USP, revelou que a agricultura praticada na comunidade quilombola do Vale do Ribeira, em São Paulo, contribui para a formação da paisagem florestal na região da cidade de Eldorado, no Vale do Ribeira.
A bióloga Lucia Chamlian Munari avaliou o sistema de plantio utilizado na comunidade remanescente do quilombo de São Pedro. Conhecido como coivara, o sistema consiste na ocupação temporária, corte e queima da vegetação em pequenas áreas. "Nesta prática, é aberta uma clareira na mata onde são feitas plantações de culturas de subsistência, durante um ou dois anos. Após esse período, o local é abandonado e a floresta acaba se regenerando. É quando surge a chamada mata de capoeira", disse.
Moradores foram entrevistados, com objetivo de identificar as práticas agrícolas. "Acredito que o sistema utilizado, por criar uma paisagem heterogênea, não chegou a ser prejudicial à floresta com um todo, mas talvez promotor de diversidade local", avaliou a pesquisadora.
Atualmente, o sistema de coivara não é empregado e as plantações se assemelham aos sistemas comerciais. As culturas também mudaram, deixando de ser de subsistência, cedendo espaço para banana, pupunha e maracujá, visando principalmente o comércio.
A mudança na cultura agrícola da região teve início na década de 60, com a abertura de estradas e invasões por grileiros para criação de bovinos. "Hoje os habitantes do bairro de São Pedro já não estão tão isolados. Além do mais, percebemos que a faixa de ocupação de coivara na floresta era dispersa. Atualmente, as áreas de cultivo estão concentradas junto às casas.", explicou.
Com a diversificação da agricultura, a qualidade de alimentação dos habitantes também caiu, segundo o estudo. "A paisagem atual está assim divida: uma área destinada constantemente ao cultivo; uma grande área de floresta ainda virgem (nunca cultivada); e áreas de capoeira em regeneração que não serão mais utilizadas por causa da lei ambiental", concluiu a bióloga.
*Com informações da ascom.

Ambientebrasil, 23/06/2010

http://noticias.ambientebrasil.com.br/exclusivas/2010/06/23/56554-exclu…

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