VOLTAR

Estudo aponta reflexos das usinas

Diário da Amazônia - www.diariodaamazonia.com.br
Autor: Rafael Abreu
26 de Jul de 2010

Estudantes apresentam pesquisas com diagnóstico social, cultural, econômico e ambiental de Candeias do Jamari na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Natal, Rio Grande do Norte. Os projetos, que serão apresentados nesta segunda-feira (26) para uma banca de cientistas avaliar, faz uma análise dos problemas sociais ocasionados pela falta de infraestrutura e planejamento urbano na cidade. A situação ficou mais crítica com o advento das Hidrelétricas do Madeira, em que os problemas ficaram mais evidentes, conclui a pesquisa feita por mais de mil alunos da Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, localizada no próprio município.

Os projetos Simpósio Conhecendo Candeias do Jamari e Rio Candeias II: A luta de uma escola para preservar um rio e modificar uma cidade na região Amazônica são os temas que os dois alunos do terceiro ano do Ensino Médio, Analine Silva de Oliveira e Claudinei Portela Rodrigues, vão apresentar para cientistas e estudantes do resto do país. De acordo com o professor responsável pelos projetos, Éderson Rodinei, o Simpósio Conhecendo Candeias do Jamari, realizado no ano passado, é uma pesquisa minuciosa com mais de 12 temas, desde saúde, educação, meio ambiente e outros, que engloba os aspectos históricos, sociais, culturais, econômicos, ambientais e estruturais do município. As pesquisas para o Simpósio foram realizadas durante seis meses.

"O objetivo foi alertar a sociedade e seus representantes legais sobre a atual situação do município e as possibilidades de melhorias. Com a realização da pesquisa ainda foi possível resgatar parte da História e da memória do município além de trazer para reflexão problemas sociais pelos quais a população vem passando", disse Rodinei.

Já o projeto Rio Candeias II que é uma continuação de ações ambientais realizadas desde 2004 no principal rio do município buscou informações para nortear as decisões do poder público com os impactos das hidrelétricas do Madeira. "Nos projetos a temática social sempre foi um dos principais pontos. Nesse, encontramos problemas evidenciados com a chegada das usinas na região", explicou o professor. O estudante Claudinei Portela contou que problemas como gravidez precoce e falta de infraestrutura foram diagnosticados.

Obra provoca aumento populacional

"Descobrimos que de um ano para cá o número de adolescentes grávidas aumentou muito, principalmente na faixa de 9 a 12 anos. Outro problema é a especulação imobiliária, que cresceu 100% a 200% em dois anos", contou. O aluno disse ainda que o inchaço populacional pode ser visto dentro dos ônibus. "A quantidade de ônibus cheios que saem daqui, todos superlotados, escancaram o problema",completou.

"Chegamos à conclusão que as medidas para combater o impacto das usinas são: o aumento do número de vagas na educação e em creches, melhoria do transporte público, aumento de atendimentos nos postos de saúde, melhoria da infra-estrutura urbana, saneamento básico e aumento de habitações populares, com a aplicação de leis urbanas do uso da terra, forçando donos de terrenos baldios a utilizá-los, combatendo assim a especulação imobiliária", concluiu o estudante. Nos projetos também os alunos resgataram a história do município. "Conseguimos buscar informações que estavam perdidas, como as festas folclóricas e como era o município no início", falou a Analine Silva.

Segundo o professor Éderson Rodinei, o poder público municipal não se interessou pelo projeto dos alunos. "Nenhum político teve interesse nos nossos projetos, não houve procura e nem participação", disse.

http://www.diariodaamazonia.com.br/diariodaamazonia/index2.php?sec=News…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.