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Estudo aponta que mudanças climáticas atingem ribeirinhos

D24am - http://www.d24am.com/
Autor: Girlene Medeiros
04 de Mai de 2016

A expectativa é que até 2040 a temperatura eleve 1oC e as chuvas reduzam 10%.

Diante das previsões de aumento da temperatura e diminuição das chuvas, no Brasil, o projeto 'Vulnerabilidade à Mudança do Clima' busca traçar, até agosto deste ano, os impactos das mudanças climáticas à população do Amazonas. De iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais (Fiocruz Minas), a pesquisa leva em consideração a projeção de aumento da temperatura, em 1oC, e redução de 10% da média de chuvas anual até 2040, no País, previsto pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

De acordo com a pesquisadora da Fiocruz Minas Carina Margonari, a preocupação da pesquisa dá destaque aos efeitos das mudanças na temperatura e chuvas para os ribeirinhos do Estado que são os mais atingidos pelas mudanças climáticas ocasionadas pelo efeito estufa e desmatamento. "Não dá para falar em vulnerabilidade sem falar dos ribeirinhos, das pessoas que se envolvem diretamente com a natureza e que dependem dos recursos naturais", afirmou Carina, acrescentando que a pesquisa ainda está na fase de levantamento de dados.

Entre as características que as mudanças climáticas devem impactar a população ribeirinha, segundo a pesquisadora, está o nível dos rios, usado como caminho de transporte das comunidades. "Quando o rio fica mais seco, algumas populações ficam mais vulneráveis, devido ao trânsito que é dificultado", disse Carina. O estudo também está sendo realizado em Pernambuco, Espírito Santo, Maranhão, Paraná e Mato Grosso do Sul.

SisVuClima

Na pesquisa, que é feita em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Amazonas representa a Região Norte do País. Em agosto, o resultado dos estudos será compilado no SisVuClima, software em desenvolvimento que será acessado por gestores do Estado e terá o mapeamento das áreas com maior índice de vulnerabilidade do Amazonas.

Segundo o secretário Antonio Stroski, titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), apesar de o Amazonas ter sido escolhido, o Estado tem características que o diferenciam mesmo entre os Estados da Amazônia Brasileira. Uma das diferenças, citada pelo secretário, é a cheia e a extensão de áreas de várzeas do Estado. Conforme Stroski, outra especificidade é o regime de chuvas na calha do Rio Solimões que é diferente das precipitações que ocorrem na calha do Alto Rio Negro.

Com a finalização do projeto 'Vulnerabilidade à Mudança do Clima', o secretário da Sema aponta que será possível planejar ações para reduzir os impactos da população ribeirinha diante dos impactos de alta de temperatura e diminuição de chuvas. "O Poder Público vai saber que ações tomar e vai se programar para poder atender a vida e saúde das pessoas de modo geral", afirmou Stroski.

O titular da Sema mencionou, também, que a redução da quantidade de queimadas é uma das metas da secretaria, atualmente. Stroski acrescentando que a pasta atua em integração com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), entre outras entidades.

O projeto 'Vulnerabilidade à Mudança do Clima' foi discutido, na manhã desta terça-feira (3), na sede da Sema, com pesquisadores da Fiocruz Minas, Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan/CTI), Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

http://new.d24am.com/amazonia/ciencia/estudo-aponta-mudancas-climaticas…

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