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08 de Nov de 2011
Grupo protestava contra relatório de Luiz Henrique. Segundo estudantes, colega foi agarrado e empurrado contra parede. Ele foi arrastado por vários metros e atingido por arma paralisante. Depois de ficar preso por algumas horas, foi liberado.
Estudantes foram agredidos nesta terça (8/11) por policiais do Senado ao final da votação da reforma do Código Florestal. Eles faziam um protesto pacífico contra o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que foi aprovado nas comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e Agricultura e Reforma Agrária (CRA) (saiba mais). A manifestação foi organizada pelo Comitê Universitário em Defesa das Florestas do DF.
De acordo com os manifestantes, Rafael Pinheiro Rocha, estudante de Geologia da UnB (Universidade de Brasília), recebeu uma "gravata" e foi empurrado contra a parede. Depois de cair desfalecido, foi arrastado pelo chão pelos policias, puxado por pernas e braços, por cerca de 50 metros até ser colocado num elevador.
No caminho, ao se levantar depois de voltar a si, Rocha levou a descarga elétrica de uma arma paralisante. O rapaz ficou detido na Delegacia do Senado e foi liberado algumas horas depois. Ele pode ser indiciado por resistência à prisão.
O grupo portava cartazes e dizia palavras de ordem no corredor que dá acesso à sala onde ocorria a sessão conjunta das duas comissões. Ele foi proibido de entrar no local. Policiais fizeram um cordão de isolamento para garantir a passagem dos parlamentares que saíam da votação. Nesse momento, começou uma confusão e Rocha foi agredido e derrubado.
Outros estudantes, inclusive mulheres, disseram que também apanharam. O grupo afirmou que havia um homem sem uniforme ou identificação entre os policias e que também agrediu manifestantes.
A Polícia do Senado alegou que eles tentaram pregar cartazes na parede e invadir a sala onde ocorria a votação. Rocha foi agredido porque teria resistido à prisão.
A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) foi visitar o rapaz na Delegacia da Polícia do Senado e providenciou um advogado para acompanhar seu depoimento. Ela afirmou que vai tomar "todas as providências legais" para que o caso seja investigado e os responsáveis sejam punidos.
A senadora disse que o rapaz foi algemado. "Algemar alguém que não está oferecendo resistência é ilegal, é abuso de poder e nós vamos apurar", disse Marinor.
"Esse Código Florestal está sendo feito só por ruralistas. Ele não pensa a questão ambiental e nos pequenos agricultores. O mundo todo está reflorestando e o Brasil está dando um passo para trás com esse projeto", afirmou Henrique Brant, estudante de Engenharia Florestal que participou da mobilização.
O Jornal Nacional da Rede Globo divulgou que o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) teria aberto uma sindicância para apurar o caso e afastado o polícial responsável pelo disparo da pistola paralisante.
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