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Estilo urbano ganha espaço entre os povos indígenas do Tocantins

G1/TO - http://g1.globo.com
Autor: Elisangela Farias
08 de Set de 2013

Jovens mostraram que estão 'sintonizados' com a moda.
Cabelos coloridos e cortes diferentes marcam a Festa da Independência.

Quando o assunto é festa, todo mundo quer ir com a melhor roupa, com o cabelo arrumado. Na aldeia Txuiri, próximo a Formoso do Araguaia, na Ilha do Bananal, não é diferente. A Festa da Independência dos Povos Indígenas reuniu estilos variados. Crianças, jovens, adultos e idosos mostraram que existe moda em todos os lugares.

Nada de cocar, brincos, colares ou pulseiras indígenas. Cabelos coloridos, com cortes que fazem sucesso entre os famosos brasileiros. Até para jogar futebol, o estilo chama a atenção. "Hoje poucos indígenas jogam descalços. Estamos desenvolvendo e acompanhamos os jogadores profissionais, hoje temos ídolos jogadores", conta Laércio Xerente, de 23 anos, da aldeira Porteira, de Tocantínia, que, no campo, entrou com chuteiras coloridas.

Com cabelos vermelhos e bem lisos, Davi Avá-Canoeiro, de 30 anos, é direto ao dizer o porquê dos cabelos coloridos. "Não estou imitando ninguém, deu na telha pintar e passei tinta", explica, dizendo que joga futebol desde os sete anos e que não tem ídolos. David Hatory Karajá, de 15 anos, caprichou também no visual para prestigiar a festa. Durante a sexta-feira (6), ele se revezou entre corrida e futebol e segundo ele, ainda é dançarino.

Conscientização

Esporte aliado a estilo e cultura. Tudo é permitido quando o assunto é integrar e mostrar aos jovens, que é possível sair da ociosidade e tentar dias melhores. Com esse propósito, Kanari Javaé, de 29 anos, ex-jogador profissional de futebol, há dois anos desenvolve um projeto na Academia Canoanã de Futebol, com crianças e adolescentes, com o objetivo de diminuir o número de suicídios na Ilha do Bananal, que este ano, chega a cerca de 10. Só no time, já foram três.

"É uma forma de ocupar as crianças. Educação e inclusão social estão dando certo, porque não dar certo aqui nas aldeias?", questiona, acrescentando: "Não quero que todos sejam jogadores, mas uma pessoa com formação e que possa contribuir com a aldeia."

Tímidos, jogadores, atletas, cheios de estilo e na moda. Assim os povos karajá, javaé, xerente, karajá xambioá, ava-canoeiro e tapirapê (MT) confraternizaram e mostraram, que no dia da Independência do Brasil o importante é a comunhão e a preservação cultural. "Estamos cobrando dos governos respaldo para a comunidade indígena", enfatizou Ivan Xerente, da aldeia Mirassol, em Tocantínia.

http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2013/09/estilo-urbano-ganha-es…

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